Especialista em finanças orienta consumidores em Divinópolis

Jorge Guimarães

Com o final de ano chegando, os consumidores tem que tomar todo cuidado possível em relação às compras dos presentes e dos produtos para as festas natalinas. Nessa hora, muitos apressados se esquecem de planejar os gastos. O resultado é prejuízo no bolso e frustrações com as compras por impulso. Sem planejamento, os consumidores podem até terminar o ano em festa, mas 2017 pode lhes trazer o pesadelo das dívidas.

A maioria dos brasileiros está endividada em um momento de indefinição da economia, no qual o país não cresce, as vagas de empregos são poucas e os juros subindo. Segundo dados do Banco Central, quase metade da renda anual das famílias, 45,88%, está sendo destinada ao pagamento de dívidas. Isso além de mais de 11% dos brasileiros que estão atrasados com o cheque especial e 39% que não conseguem quitar os financiamentos rotativos do cartão de crédito. Em contrapartida, a maioria já notou que é hora de cortar gastos e ajustar as contas.

Números
O setor de cartões de crédito deve movimentar aproximadamente R$ 1,138 trilhão neste ano, se confirmada a projeção de expansão de 7% ante 2015.

Somente no primeiro semestre de 2016, os brasileiros movimentaram R$ 546 bilhões com cartões de crédito e débito no país e no exterior, crescimento de 7,2% em relação aos seis primeiros meses de 2015.

Contabilizando apenas as transações feitas no Brasil, a cifra alcançou R$ 544 bilhões entre janeiro e junho deste ano, aumento de 8,3 % ante o primeiro semestre de 2015. Os números, de fazer inveja em qualquer segmento da economia, são da Associação das Empresas de Cartões e Serviços (Abecs).

Crédito fácil
O problema é que, empolgados com a facilidade de financiamento, muitas pessoas gastam mais do que podem.

Empréstimos a qualquer hora, sem nenhum papel para assinar. Era tudo tão rápido que a aposentada Maria do Carmo da Silva não parou um minuto para pensar.

— É uma tentação. Quem não precisa de dinheiro? E aquele dinheiro que eu podia usar estava ali. Eu pensava: vou comprar isso, vou comprar aquilo — conta.

O crédito fácil foi a gota d’água que provocou uma tempestade no orçamento da aposentada. Foi uma combinação explosiva, dinheiro sempre disponível e apetite para gastar, que chegou a um débito de R$ 15 mil.

— Eu não gosto de miséria. Quando saio, venho carregada para casa — diz a aposentada.

Mas aprendida a lição, agora Maria do Carmo da Silva, depois de renegociar suas dividas, é mais “pé no chão”.

— Depois de tanto quebrar a cabeça, coloquei meu orçamento dentro de minhas possibilidades e nunca mais vou cair nessa de dinheiro fácil — argumenta.

Falta programação
Para o especialista em Finanças, Célio Tavares, o maior mal dos consumidores é sair de casa sem ter se programado para as compras. Segundo ele, em sua maioria eles não sabem o quanto podem gastar.

— Se programar: essa é a palavra chave para se fazer uma boa compra. Saia de casa já sabendo o quanto você pode gastar é o primeiro passo, depois as pechinchas nos preços, as compras à vista é o mais recomendável. Agindo assim o consumidor não ficará em apuros com futuras contas a pagar — explica Tavares.  

 

 

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