Flávio Flora
Ao final da atual legislatura, a Tribuna Livre vai pautando os vereadores em seus pronunciamentos. Ontem, foi o comunitário Douglas Júlio da Guarda, morador do Residencial Alto das Oliveiras, próximo dos bairros Serra Verde e Nova Fortaleza, quem deu o tom principal: a “desesperadora” falta de água para os moradores do lugar. Ele portava um simbólico galão de água vazio.
— Desde que foram entregues as casas do conjunto residencial, o abastecimento não é contínuo e nem regular e, na maioria das vezes, não dá nem para encher uma caixa — relatou o morador. O morador mostrou seu descontentamento e provocou a manifestação dos presentes, questionando: “Como que entregam ou liberam as mais de 200 casas do residencial sem antes verificar a infraestrutura de abastecimento?”
Tubulação se rompe
Douglas da Guarda disse que procurou o gerente local da Copasa e juntos foram até o engenheiro da empresa que lhe informou sobre a situação:
— A tubulação que vem do bairro Liberdade, próximo do Sesi, até o Serra Verde, não composta a pressão da vazante. Se for aberto o registro para levar água até os bairros Serra Verde, Nova Fortaleza e o novo Residencial a tubulação da rua Itamarandiba vai estourar como tem ocorrido.
Ao final de sua manifestação, o tribuno questionou os vereadores sobre o por que desses conjuntos residenciais não serem fiscalizados, permitindo sua entrega sem essa condição básica de moradia, que é a água, bem essencial.
Pouco investimento
O vereador Hilton de Aguiar (PMDB) disse ser triste, mas ao tempo todo a gente tem de falar mal da Copasa”, porque “ela cobra o que quer do povo”, arrecada, mas não investe em melhorias nos bairros.
O vereador Adilson Quadros (PSDB) lembrou que foi construído um reservatório para a região, mas não foi mudada a antiga tubulação ali implantada e que, enquanto isso não acontecer, o problema vai persistir. Adilson disse estar frustrado com a Copasa “diante do que se esperava: que ela fizesse um pouco mais”. Na oportunidade, sem mencionar nomes, o vereador insinuou que a empresa de abastecimento só prestará melhor serviço, quando houver a pressão de deputados, principalmente estadual, comprometidos com a cidade: “O deputado estadual nessa hora faz muita falta”, encerrou.
Muita tolerância
Ao longo da história, o abastecimento de água em Divinópolis “evoluiu pouco”, em que pese o esforço dos governos, analisou o vereador Careca da Água Mineral. “O problema de Divinópolis está com a empresa Copasa”, contra a qual ninguém quis bater de frente. Também morador da região afetada pela falta d’água, o vereador Eduardo Print Junior informou que o reservatório que abastece o Alto das Oliveiras leva também para os bairros Alvorada, Liberdade, Nossa Senhora da Conceição, Serra Verde e Nova Fortaleza I e II sobre com o problema das tubulações antigas. — Todos os dias que a pessoa subir a Itamarandiba é raro vê-la com os buracos que a empreiteira da Copasa abre tampados. Todo os dias você liga na Copasa e eles dizem que está em manutenção. Todos os dias eles têm uma justificativa injustificável para a falta de água naquela região — criticou.
Mais reservatórios
Na sua fala, Print Junior destacou ainda que entre os bairros Nova Fortaleza I e II, há o Residencial Rinaldo Campos que sofre o mesmo problema de abastecimento, o que recomenda urgência na construção de outro reservatório já prometido pela empresa.
Os vereadores Adair Otaviano (PMDB) e Marcos Vinícius criticaram a Copasa por não investir em Divinópolis proporcionalmente ao que ela arrecada na cidade. Marcos Vinícius criticou também a falta de representatividade política das lideranças locais perante o governo estadual por causa das divergências entre si.
O vereador Marquinho Clementino (PROS) concordou que a Copasa deve fazer investimentos maiores em Divinópolis, pois a necessidade de água da população cresceu muito nos últimos anos com os novos conjuntos residenciais com mais de cinco mil unidades, em baixa estimativa.
