Ocupações continuam em contra turno

 

 Rafael Camargos

 Mesmo após a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os alunos da Escola Estadual Manoel Corrêa Filho decidiram em reunião, no ultimo sábado, 5, com a Superintendência Regional de Ensino (SRE), que irão manter a unidade ocupada em Divinópolis, porém de forma diferente. O movimento agora funciona em contra turno, ou seja, os alunos que estiverem estudando durante a manhã, poderão participar da ocupação durante a tarde e os do turno da tarde, poderão ocupar a escola durante a manhã. O objetivo é não atrapalhar as atividades dos demais. O acordo foi proposto ao superintendente de Educação Silvio Faria, pelos representantes da ocupação da escola.

Em uma assembleia realizada, ontem à tarde, entre a SRE e os estudantes da Escola Martin Cyprien para propor o novo modelo de ocupação. A UFSJ também continua ocupada. Nossa reportagem tentou contato com a SER, mas as ligações não foram atendidas até o fechamento desta reportagem, por volta das, 16h30.

De acordo com o presidente da União Estudantil Divinopolitana (UED), o novo formato de ocupação não atrapalha o cronograma de aulas na escola e, segundo ele, a nova proposta atende tanto os alunos que são a favor da ocupação, quanto os que são contra.

— A UED se preocupa com os estudantes que estão exercendo este direito de manifestar, como se preocupa também com os que estão sem acesso às aulas. Vemos de forma muito otimista este acordo, e esperamos que a escola Martin Cyprien também possa discutir esta possibilidade e venha a aprovar essa maneira de ocupação. Desta forma, evitamos desgaste e atrito entre membros da comunidade escolar e não damos nenhuma margem para que o judiciário possa questionar as ocupações. Principal argumento que a justiça tem — conclui, André Luis.

 

Ministério Público

 

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), entrou com uma ação judicial na última sexta-feira, 3, pedindo que o Estado restabeleça as aulas nas três instituições de ensino ocupadas pelos manifestantes em Divinópolis. Na cidade ainda se encontram ocupadas as escolas Martin Cyprien e a Universidade Federal de São João del Rey (UFSJ).

 

— Existe uma ação do Ministério Público, pedindo e cobrando que o Estado assegure o acesso a educação dos estudantes que estavam sem aula por causa das ocupações.  Se o Martin Cyprien, outra escola que está ocupada, aderir a este formato, a ação do MP se esvazia, porque ela perde a finalidade. O objetivo da ação é fazer com que as aulas retornem, mas se isso, já ocorreu não tem o porquê da ação prosseguir — relatou o presidente da UED.

 

Enem

 

Ao Jornal Agora, o presidente da UED, André Luis, disse que os alunos decidiram por continuar com as ocupações na cidade, porque o objetivo não era atrapalhar nenhum dos inscritos no Enem e, sim, protestar contra a Proposta de Emenda a Constituição (PEC) 241/2016, que visa cortes na educação e na saúde pelos próximos 20 anos. Em Divinópolis, cerca de 13.887 jovens e adultos se inscreveram para a prova, de acordo com Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Por conta das ocupações, cerca de 1.968 não fizeram as avaliações porque os locais onde seriam recebidos estavam ocupados por estudantes. A prova será reaplicada nos dias 3 e 4 de dezembro.

 

 

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