Não tem muita explicação. A coisa acontece e pronto. Um dia você se pega ouvindo mais e falando menos; percebendo mais e opinando cada vez menos.
Alguns chamam isso de maturidade, outros de experiência. Eu gosto de dizer que é o tempo da serenidade que chegou.
O tempo da serenidade chega mansinho, sem alarde. Geralmente fruto de nossos silêncios e de nossas vivências. E quando ele chega, muitas coisas perdem o sentido e outras novas tomam seu lugar.
As frescuras da moda, por exemplo, não cabem no tempo da serenidade. A altura do salto, o tom da gravata; a última coleção. Todos eles saem e entram o conforto e a leveza nas nossas escolhas. A pressa de chegar se rende ao respeito pelos nossos limites. E a prepotência do poder perde o sentido para o humano que existe dentro de nós. No tempo da serenidade os verbos controlar e exigir soam estranho aos nossos ouvidos. É a grande metamorfose humana. Quando a velha e pesada roupa dos títulos, aquela que nos levou a atingir níveis cada vez mais altos, já não nos cabe mais. É quando voar deixa de ser para atingir o topo e passa a ser apenas para descortinar a paisagem.
E quando o tempo da serenidade chega, estar sentado no trono ou não, não faz a menor diferença. A esta altura você já terá naturalmente se tornado um líder. Pode caminhar tranquilo pela calçada da vida, que seus seguidores encontrarão seu rastro.
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