Circo das Ilusões será apresentado em praças

Jorge Guimarães

O espetáculo O Circo das Ilusões vem com linguagem de Teatro de Rua. O espetáculo é apresentado em um único ato, contando a história de um circo e seus personagens, entre alianças, amores e desavenças, os personagens que vivenciam suas angústias de uma perspectiva sobre o amor. A morte e vida. Em cena.

As personagens são caracterizadas como tipos sociais no universo circense para melhor realçar seu efeito simbólico. O que os mortos denunciam na praça pública,  espaço democrático por excelência, é resultado daquele sistema político colonizado e corrupto, que permite os outros desvios, fazendo com que a metonímia retorne ao seu ponto de partida e completa a alegoria.

Peça

Abandonados diante dos seus amores, os personagens deste estranho circo, mortos se levantam de seus caixões e se dirigem à cidade, provocando uma reflexão na população.

O Circo das Ilusões é, antes de tudo, um espetáculo corajoso. Aborda a temática política de maneira subliminar em plena ditadura que vivemos. Além disso, trata-se de um exemplo da vertente do realismo fantástico, de grande repercussão na literatura latino-americana, embora mais rara no Brasil.

As apresentações acontecem gratuitamente no próximo dia 11 de  praça da Catedral e dia 18 na do Santuário, sendo as duas apresentações sempre às 18h

Sátira

A sátira menipéia é um gênero literário surgido ainda na Roma antiga, com autores como Luciano de Samósata (125-181). Alguns dos traços fundamentais da sátira menipéia são: o humor, a presença de mortos que se dirigem aos vivos, o tom filosofante e mudanças constantes de tom narrativo.  

As personagens são mortos-vivos da sociedade brasileira, simbolizando tanto os vivos que se fingem de mortos diante dos fatos inacreditáveis que presenciam, como o golpe civil-militar de 1964, quanto os mortos e enterrados que, no entanto, continuam a agir e a mandar, como a ação dos líderes locais, de um autoritarismo que se mostra incompatível com as conquistas da liberdade humana.

Ficha técnica

No elenco, Heitor Júnior, Victoria Castro, Guilhermo Vitalli, Tânios Abib, Mari Clo, Jovita Camargos, Moisés Silva, Pedro de Lorenzi, Bárbara Gonçalves. A preparação vocal e corporal e visagismo por Valério Peguini. Direção de arte: Átila Meireles. Direção geral: Neli Macaia. O espetáculo foi montado em 1994 pelo grupo teatral Os Cínicos, com grande repercussão na época. Mas, a direção de Neli Macaia tornou a versão mais rica e atual.

Os textos são de autoria de Fernando Pessoa, Adélia Prado, Federico Garcia Lorca, Victor Hugo, entre outros sobre o tema amor.

 

                                                                            

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