Jorge Guimarães
Em 2016, não há muito o que comemorar em relação à economia brasileira, mas muitos consumidores, com o dinheiro do 13º e o cartão de crédito, devem lotar os shoppings, centros comerciais e supermercados em busca dos presentes e dos produtos para as festas natalinas. Nesta hora, muitos apressados se esquecem de planejar os gastos. O resultado é prejuízo no bolso e frustrações com as compras por impulso. Sem planejamento, os consumidores podem até terminar o ano em festa, mas 2017 pode trazer o pesadelo das dívidas.
A maioria dos brasileiros está endividada em um momento de indefinição da economia, no qual o país não cresce, as vagas de empregos são poucas, a inflação continua alta e os juros subindo. E para piorar ainda mais, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), o trabalhador brasileiro sofreu a maior queda de salários em termos reais entre os países do G-20 em 2016 e, em 2015, já esteve entre as três nacionalidades que mais perderam em todo o mundo; as outras duas foram a Rússia e a Ucrânia. De acordo com a entidade, a queda no salário real do brasileiro neste ano deve ser de 6,2%. Em 2015, a perda foi de 3,7%.
Mudanças
E com a grana cada vez mais curta, a maioria já notou que é hora de cortar gastos e ajustar as contas, pois, senão, vão ser longas noites sem dormir. Um dos primeiros passos é fugir dos empréstimos a qualquer hora, sem nenhum papel para assinar. O crédito fácil pode ser a gota d’água e provocar uma tempestade no orçamento de qualquer família. Fugir desta combinação explosiva de dinheiro sempre disponível e apetite para gastar, é um dos primeiros passos para acertar as contas.
— Eu não gosto de miséria. Quando saía, comprava muito, mas agora as coisas mudaram. As marcas já não são as mesmas, os enlatados diminuíram, os supérfluos nem se fala. Com esta crise, pelo menos aprendemos que existem outras marcas, outras opções — diz o aposentado Carlos Henrique Dias.
Outro que colocou o “pé no chão” foi o garçom Edson Filgueiras. Para ele, tudo era festa e suas compras eram mais por impulso – e haja cartão de crédito. Tanto é que, conforme ele conta, várias peças de roupas nem foram usadas por ele.
— Depois de tanto quebrar a cabeça, coloquei meu orçamento dentro de minhas possibilidades e nunca mais vou cair nessa de dinheiro fácil — argumenta.
