Flávio Flora
O ano de 2016 foi o ano de Pedro X Gontijo, de fato, tantas foram as distinções dadas em sua homenagem. Ontem à tarde, presentes várias personalidades do mundo intelectual, no auditório da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), sua segunda obra foi relançada. Trata-se de um primoroso trabalho do editor Osvaldo André de Mello, do Grupo Capela, sob o título original “Verdades em Desfile”, escrito em 1964.
— Ensaio, biografia, panegírico, manual, dissertação, crônica, aforismo, epígrafe, citação, fragmento… e até o buquê de poesias do texto “Luz no caminho”. Sem esquecer as técnicas do humor! E sem jamais esquecer que X Gontijo escreve a história do seu tempo, ao lado dos seus camaradas! — comenta Osvaldo André, na abertura da obra.
Na programação da tarde xisgontijiana, a apresentação do ator performático Luís Antônio Teixeira (Mingau), em produção da Cia. Mimo Animações, também se destacou. Reuniu fragmentos de textos de X Gontijo em breve e eloquente performance sobre “O X da Questão”, que emocionou os presentes.
Trabalho elogiado
A obra relançada teve aporte da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, apoio de familiares de X Gontijo e do Instituto Pedro X Gontijo, cuja missão é reunir, preservar e promover o legado do “admirável” Xis.
— Quando o Osvaldo André me apresentou o projeto, adorei, pois essa obra do meu avô, esgotada desde que ele a publicou e distribuiu entre amigos, precisa ficar disponível para os leitores e pesquisadores de hoje. A ideia de distribuí-la, graciosamente, bem ao estilo do X, me pegou. Estamos em festa com essa homenagem ao Patriarca da nossa família e de Divinópolis — afirmou Nelma Ehold Gontijo, neta do autor.
O presidente do Instituto Pedro X Gontijo, neto do autor, destacou particularidades do avô e apresentou os agradecimentos da família:
— Cada um de nós da família de Pedro X Gontijo, aplaudimos de pé a brilhante iniciativa do Grupo Capela que, em uma parceria como Instituto Pedro X Gontijo, torna acessível, um desfile de verdades que precisam ser cuidadosamente degustadas por todos os divinopolitanos. E depois debatidas. E depois novamente pensadas. E novamente rebatidas (…) o maior legado que X nos deixa: a capacidade de questionar, analisar e nos reerguer, novos, diariamente — agradece Ronner Gontijo.
Justeza e retidão
A nova edição traz também as participações de Márcia Batista Correa da Costa (prefácio) e Ivan Ribeiro Gonçalves, José Raimundo Bechelaine e Nylce Mourão Gontijo, em textos introdutórios.
— Vê-se, na citada obra, o Pedro X. humanista, crítico da religião que afasta o homem de Deus e de si mesmo. Seu discurso, embora em fragmentos, e carregado de historicidade e sinaliza para interpretações sobre a existência do homem em sua relação com a natureza e com os outros homens. Pedro X. aborda princípios que fundamentam a justeza e a retidão do caráter: ‘Os bons não devem poupar esforços para melhorar os maus’ – um utopista, crédulo na capacidade do homem de se superar — analisa Márcia Batista Correa da Costa, em seu prefácio.