Andemos, pois

Leila Rodrigues

 

Eu juro que tentei, mas não consegui dar conta de tudo neste Natal. Foram tantas mensagens, tantos vídeos e textos que eu quase tive uma overdose natalística. Confesso, não consegui ler com a merecida calma todos os textos, assim como não consegui desejar aquele Feliz Natal que eu gostaria a todos os meus amigos. Chego à conclusão de que eu não sei viver tecnologicamente ainda. Essa coisa de ter que estar em tudo, lembrar de tudo, curtir e compartilhar tudo dá muito trabalho. Não sei curtir sem ler de verdade, não sei ser rasa a tal ponto. Sei que a intenção de todos foi ótima e que todas as mensagens tinham uma lição interessante. Agradeço de coração todas as manifestações, mas eu precisava de um limite. Então desejei do fundo do meu coração boas e felizes festas a todos que estavam perto e que estavam longe, porém optei por curtir quem estava do meu lado ou na mesma casa que eu e compartilhar com eles a minha alegria. Optei por mais presenças que presentes, por vozes, risos e abraços.

Vem aí o segundo round desta festa. Hora de fechar um ciclo e automaticamente iniciar outro. Difícil, não é? Principalmente porque estamos falando de pessoas que não dispõem da tecla limpar/recomeçar implantada na cabeça. O nosso botão liga/desliga quebrou no momento em que conectou com nossas emoções. Dispomos, sim, dos antepassados que formam nossas raízes. Dispomos de memórias, histórias e sentimentos que formam quem somos hoje.

Daqui a pouco, muda o calendário e nós, naturalmente, renovamos nossos propósitos, traçamos nossas metas e refazemos nossas listas de intenções. Isso não significa que zeramos nossas contas nem que apagamos nossa história até aqui.  Também não estamos falando de uma versão nova de nós mesmos a partir do dia primeiro como se fossemos um celular que chegou com melhorias programadas para vencer a concorrência. Não somos tão desumanos assim. Vivenciar o novo ciclo é apenas o nosso jeito humano de aproveitar a matemática do calendário para dar a nós mesmos um sentido de recomeço. Recomeçar é preciso. Andemos, pois. Afinal, enquanto estivermos por aqui é porque ainda há estrada a caminhar. leilarodrigues-palavras.blogspot.com.br

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