Comércio de olho no saque do FGTS

Jorge Guimarães

Começou na última sexta – feira, os saques, para quem tem direito, do Fundo de Garantia de Tempo Serviço (FGTS) inativos, sendo que nesta primeira etapa somente os nascidos em janeiro e fevereiro podem efetuá-los. E quem está de olho neste dinheiro, é o comércio que se animou para lançar promoções a fim de chamar o consumidor para as compras. Aproveitando assim, a troca de estação, para liquidar o verão e receber a coleção outono/inverno. Mas o comércio não está somente de olho nas possíveis vendas, pois muitos que irão quitar suas dívidas o farão diretamente com o comércio. E com tantas notícias boas, neste início de ano, os empresários estão ainda mais confiantes na recuperação da economia ao longo do ano. Mas, a alegria dos comerciantes pode ser a tristeza futura dos consumidores que não souberem utilizar o dinheiro do FGTS. Na opinião de especialistas, os mesmos têm que tomar cuidados com as compras impulsivas, pois a calmaria de agora pode se tornar uma tempestade econômica no futuro.

Melhor aplicação

Para o especialista em finanças Célio Tavares, a melhor aplicação deste dinheiro extra seria na quitação de divididas.

— Para aqueles que estão endividados, a quitação das mesmas, seria a melhor aplicação do momento. Outra opção seria a velha Poupança, pois é a mais indicada para menores valores. Mesmos aqueles que têm prestações a vencer, a melhor maneira é negociá—las com o credor que tem que tirar os juros embutidos, a chamada descapitalização, assim estaria ganhando um bom desconto, e saindo de dividas futuras — aconselha Célio Tavares.

Para a presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Divinópolis, Alessandra Galvão Barros, a expectativa é das melhores.

— Estamos confiantes que uma parte do dinheiro virá para o comércio, apesar de saber que muitos consumidores já destinaram o seu dinheiro para quitar dívidas. E quitando, automaticamente  limpa o nome, volta a comprar, e assim faz girar novamente a engrenagem — avalia a presidente.

Consumidor

Para muitos, a utilização da grana ainda é uma coisa a pensar. Têm pessoas fazendo planos para viajar, outras para economizar, assim, cada um vai decidindo como utilizar, da melhor maneira, uma grana que, certamente, virá em boa hora.

— Vou retirar o meu a partir de abril, mas não é muita coisa, por isso, vou gastá-lo em família — adiantou o mecânico Fabrício Souza.

Mas há quem vai receber mais e já sonha alto.

— Vou pagar algumas dívidas imediatas e o restante, vou para praia, pois já tem anos que não entro no mar. Assim voltar com as energias renovadas —  falou o comerciário Ricardo Alves.

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