Rafael Camargos
A Polícia Civil em Divinópolis deu detalhes em coletiva de impressa, ontem, 10, de dois casos que estão sendo investigados. O primeiro em Divinópolis e o segundo em Carmo do Cajuru. Um homem de 40 anos foi preso suspeito de abusar sexualmente da enteada de 13 anos e, segundo as investigações, o crime vinha ocorrendo desde julho do ano passado, mas a mãe descobriu os abusos somente em abril deste ano. A denúncia só foi feita na semana passada. Outro caso também concluído pela Polícia Civil envolve um casal de estelionatários. Cibele Nogueira Rocha e Donizete Santiago foram detidos e vão responder pelos crimes de estelionato, uso de documento falso e falsificação de documentos. Donizete Santiago, já se encontra no presídio Floramar em Divinópolis e tinha um mandado de prisão em aberto.
Abuso
De acordo com o delegado Marcos Henrique Montalverne, a adolescente começou a apresentar um comportamento estranho no colégio e levou ao conhecimento da diretoria da escola os abusos que vinham ocorrendo dentro de sua residência.
— A escola comunicou ao Conselho Tutelar, que por sua vez, comunicou na semana passada, a Polícia Civil. A partir deste momento, tomamos às medidas cabíveis e pleiteamos junto à Justiça a prisão temporária do autor dos abusos, do estupro de vulnerável — explicou o delegado.
Ao ser ouvida, segundo o delegado, a vítima afirmou que foi ameaçada várias vezes e, por isso, não falou sobre os abusos antes. Em depoimento, ela contou ainda que os abusos ocorriam à noite, depois que sua mãe se deitava.
— Ela esclareceu que os abusos estavam sendo praticados desde o ano passado e eram bastante rotineiros, salientou que era ameaçada a não contar para a mãe e mais ninguém — disse.
Descoberta
Em abril deste ano, a mãe chegou a presenciar um momento de intimidade entre o padastro e a enteada, depois disso, a menina passou a morar com os avós paternos e, mesmo assim, a mãe não procurou a polícia.
— Somente quando a jovem procurou a escola e por sua vez o Conselho Tutelar, que iniciamos a investigação — contou Montalverne.
Ele continua dizendo que a mãe da adolescente apresenta problemas psicológicos e a relação entre ela e o companheiro é tumultuada.
— No depoimento, ela acabou confirmando os fatos, então até a prova dela foi importante para a investigação, é lógico que ela tardou a tomar esta medida, mas nos já estamos com uma ordem judicial contra o autor dos fatos. Queremos salientar a população para que sempre que tiverem informações de casos parecidos que comuniquem a Polícia Civil para que possamos tomar as medidas pertinentes — finalizou o delegado.
Um exame de corpo de delito realizado na vítima comprovou a conjunção carnal e o crime de estupro.
Casal de estelionatários
Já sobre o caso de estelionato, o delegado responsável pelas investigações, Weslley Castro, as apurações começaram há dois meses, quando a Polícia Civil recebeu informações de que o casal estava praticando o crime. No dia que ocorreu a prisão dos suspeitos, os investigadores receberam uma informação anônima dizendo que a mulher iria até uma agência bancária em Carmo do Cajuru, aonde ela iria pegar alguns talonários de cheque para praticar uma parte dos golpes. Ainda segundo o delegado, após falsificar algumas cédulas de identidade eles conseguiam obter Cadastros de Pessoas Físicas (CPF) falsos, e através da identidade e desses CPF’s falsos, conseguiam ainda, além de abrir contas e empresas, contas no nome dessas delas.
— A partir destas pequenas movimentações bancárias, eles conseguiam obter cartões de créditos e, além disso, talonários de cheque. O crime que ocorria a pelo menos dois anos e a estimativa é que o prejuízo seja milionário.
Wesley explica que a cada documento falso custava em média, R$ 300 e um documento verdadeiro era obtido por R$ 4 mil. Durante as buscas, foram encontrados oito documentos falsos, sendo que dois estavam em processo de falsificação, além de vários comprovantes de endereços falsos, contratos sociais relacionados, depósitos de contas bancárias, cheques emitidos pelos documentos falsos, 30 cartões de créditos.
— Tudo leva a crer que ele era o mentor intelectual do golpe. Pelos elementos informativos que a Polícia Civil encontrou no local — finalizou.