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Ativista afirma que processo abolicionista não terminou

by Portalagora

 

 

Flávio Flora

A Tribuna Livre da Câmara foi ocupada na reunião de ontem à tarde, pela educadora e ativista étnico racial Maria Catarina Laborê – representante de Divinópolis no Fórum Territorial do Oeste de Minas, membro do Conselho Municipal de Educação (Comed) e do setor de Polícias Sociais do SindiUte – disse que não falava em nome apenas dessas instituições, mas de sua própria plataforma de dar continuidade a “uma campanha abolicionista”.

Ao início de sua mensagem, Laborê comentou sobre a exposição no Espaço Cultural GTO, da Câmara (à entrada do Plenário), cujo tema é “Da senzala à periferia”, preparada para lembrar o dia 13 de maio. Questionou o que se tem para celebrar nesse dia: “Que abolição é essa que foi e continua inacabada?”

Na sequência, conclamou os vereadores a se integrarem na campanha abolicionista que começou, bem antes do século 19, quando chegaram os primeiros navios negreiros.

— Quem sabe dos fatos, sabe do rastro de violência e desconsideração que essa lei fajuta, assinada pela princesa Izabel, devido a pressões internacionais. O Brasil era, em 1888, o último dos países a libertar seus escravos — lembra a tribuna, ressalvando que “o racismo continua em pauta como nunca” na sociedade brasileira.

Igualdade racial

Desenvolvendo seu pensamento, Laborê trouxe à memória atos abolicionistas realizados pela Câmara como os do ex-vereador Celso Aquino – instituindo o Dia Municipal da Consciência Negra (em 20 de novembro) – e do vereador Edson Sousa (PMDB), que criou a solenidade de homenagem aos negros de Divinópolis.

— Mas isso não basta! Nós temos uma gama de demandas do povo negro, da juventude negra, da criança negra, da mulher negra para discutirmos — afirma, destacando que não será mais aceita que a abolição seja comemorada, porque ela foi incompleta.

Lembra a educadora que, na ocasião em que a lei áurea foi promulgada, apenas 5,6% do povo negro ainda estava no cativeiro, pois o processo de abolição havia começado bem mais cedo com Luiz Gama, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco e os próprios negros, em longa resistência.

— Vamos debruçar sobre os estatutos da igualdade racial (Lei 12.288/ 2010), porque podem se desdobrar para o município a criação de um órgão de promoção da igualdade racial voltado para a prática. A legislação permite articular estratégias e programas sem gastar — defendeu Laborê, conclamando Movimento Negro Unificado (Mundi) para se aderir a essas ações.

— Não me venham com aquela conversa ensaiada de que “o negro é possível”, que “a educação pública precisa melhorar”… Olha a questão das cotas. Olha as questões que temos de enfrentar no Brasil com a reforma do ensino médio, que pretende retirar os conhecimentos humanísticos do curso (…) O que será de nossa juventude? — concluiu Maria Catarina Laborê.

 

 

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