Brasil vence mais uma batalha contra o Aedes aegypti

Flávio Flora

O estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) em decorrência do vírus Zika e sua associação com a microcefalia e outras alterações neurológicas chegou ao fim esta semana. Dezoito meses depois de declarada, o Ministério da Saúde relatou à Organização Mundial da Saúde (OMS), após nova avaliação de risco, um momento de queda nos casos de Zika e microcefalia em todo o Brasil. 

O conjunto de ações voltadas para a eliminação do mosquito Aedes aegypti implementadas pelo governo federal, juntamente com a mobilização dos municípios e da população, contribuiu para a diminuição dos casos.  
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Adeílson Cavalcante, destacou que o enfrentamento do Aedes aegypti, no entanto, continua sob atenção.  

— O fim da emergência não significa o fim da vigilância ou da assistência — disse, acrescentando que a política de combate ao zika, dengue e chikungunya, não será interrompida nos Estados e municípios.  

Mantendo a vigilância 

Até 15 de abril deste ano, foram registrados 7.911 casos de Zika em todo o país, contra as 170.535 notificações de 2016, o que equivale a uma redução de 95,3%. O último boletim epidemiológico, de 1º de janeiro a 15 de abril deste ano, aponta também redução de 90,3% dos casos de dengue e 68,1% de chikungunya em relação ao mesmo período de 2016.  

Em Divinópolis, Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), por meio da Diretoria de Vigilância em Saúde, divulgou no final de abril,  levantamento dos casos de dengue, zika e chikungunya registrados.  O resultado é menor em comparação ao mesmo período do ano passado. Os projetos e o esforço dos agentes de saúde contribuíram para o resultado. 

Até 20 de abril foram 73 notificações de casos suspeitos de dengue, e 12 destes foram confirmados. No mesmo período do ano passado havia já 4.603 notificações e 3.928 casos confirmados. No total, 2016 teve 5.693 notificações e 4.929 casos confirmados de dengue, enquanto em 2015 foram 2.270 notificações e 1.774 casos confirmados durante todo o ano. Neste ano há quatro casos suspeitos de zika, que estão sob análise e aguardam resultado; um caso foi confirmado; e outro, descartado. Em 2016, foram 46 casos confirmados de zika, e 29 casos suspeitos foram descartados.  

Em relação à chikungunya, nenhum caso suspeito nem confirmado existe em 2017. Em 2016, apenas um caso de chikungunya foi registrado, e 15 foram descartados. 

Mesmo que os números de casos notificados das doenças estejam menores que em outros anos, a Semusa reforça a importância do combate ao mosquito Aedes aegypti. 

 — A população não pode deixar de realizar as providências preventivas. É muito importante que o hábito de não deixar recipientes acumularem água parada, pois sabemos, diante dos dados levantados no LIRAa, que mais de 90% dos focos do mosquito estão dentro das residências. As ações da Vigilância em Saúde e dos agentes não param — destacou a diretora de Vigilância em Saúde, Janice Soares. 

Combate deve voltar no verão 

A decisão do MS de suspensão do estado de emergência é recebida com otimismo, por sinalizar que os riscos de uma pandemia incomum ou inesperada não ocorrem mais, visto que já há conhecimento científico suficiente que comprove a relação do Zika e as alterações neurológicas.  

Segundo O diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, João Paulo Toledo, o Brasil sai mais fortalecido após as experiências e o conhecimento construído com a descoberta da relação ao Zika e suas consequências. 

— Tudo o que foi feito até agora ficará como herança para o aprimoramento das estratégias que já existiam ao combate do mosquito — completou, destacando que nos 18 meses da emergência houve um fortalecimento da capacidade de resposta nacional e local, por meio da colaboração entre as três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS).  

Participação popular 

A mobilização nacional contra as doenças, a maior proteção pessoal da população e a escassez de chuvas foram alguns dos fatores que influíram nessa redução. A participação da população, no entanto, exerceu a maior influência, pois é impossível para o poder público enfrentar sozinho a eliminação dos focos do mosquito.  

A batalha está vencida, por hora, mas o cuidado dever ser constante, em especial, na identificação e eliminação de locais com água parada e criadouros com mosquito.

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