Participantes de audiência na Assembleia de MG defendem eleições diretas já

A audiência da Comissão de Direitos Humanos era para fazer um balanço das consequências do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, mas as recentes denúncias contra o presidente Michel Temer e a perspectiva de seu afastamento do cargo e o repúdio à possibilidade de eleições indiretas foram o ponto alto da discussão nesta segunda-feira, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Coube ao deputado Rogério Correia (PT), autor do requerimento para a atividade, dar o tom das

Rogério Correia fez um histórico de sua atuação parlamentar com denúncias contra Aécio Neves, desde a época em que ele se elegeu governador, e reforçou a necessidade de resistência contra o que classificou como “o novo golpe das Indiretas Já”, em referência à previsão constitucional de eleição presidencial em caso de nova vacância do cargo.

— O que as elites querem são as reformas que tiram direitos do trabalhador, o que não será mais possível diante de um governo que não tinha sustentação jurídica e, agora, não terá sequer sustentação parlamentar — defendeu.

O deputado Cristiano Silveira (PT), que coordenou o debate, reforçou que as crises política e econômica enfrentadas pelo governo atual reforçam a injustiça da saída da ex-presidente Dilma Rousseff.

Para a deputada Marília Campos (PT), o golpe continua, com a tentativa de se consolidar a agenda que, de acordo com ela, foi colocada para o presidente Temer aprovar. Diante disso, ela destacou a necessidade de se popularizar a luta contra o atual governo e as reformas que ele propôs.

Virada

— O momento é difícil, mas promissor — definiu Juarez Rocha Guimarães, professor de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Ele classificou a audiência na ALMG como um “ato de descomemoração do golpe” e, apesar de defender a mobilização para o início da derrota desse movimento, considerou ser importante refletir sobre o porquê da recente instabilidade do governo Temer e os interesses por trás de uma nova mudança.

O professor alertou para o envolvimento das grandes empresas de comunicação em um suposto projeto de perpetuação no poder das elites brasileiras.

— Já estão tramando uma grande manobra em nome da união nacional, inclusive procurando o PT para isso, algo que devemos resistir em nome justamente do direito do povo brasileiro à democracia — completou.

O professor ainda defendeu a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte para reconstruir a democracia brasileira.

Democracia precisa se fortalecer

A presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG), Beatriz Cerqueira, defendeu a necessidade de diálogo entre os vários setores da sociedade para que a democracia brasileira, ao final de tantas crises, saia fortalecida.

O momento propício para a queda de um governo supostamente ilegítimo também foi destacado pelo presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual (Sindifisco), Lindolfo Fernandes de Castro, que comparou a atual situação política do presidente Temer à capacidade de regeneração de uma lagartixa.

— Quando cortamos o rabo de uma lagartixa, ele cresce de novo. Se deixarmos muito tempo mais lá, ele também vai, de algum jeito, se recuperar — criticou. (Com informações da ALMG)

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