Rafael Camargos
Os casos de HIV em Divinópolis mantiveram este ano os mesmos números de 2016. O Centro de Testagem e Aconselhamento da Secretária Municipal de Saúde (Semusa) confirmou até ontem, 40 casos da doença. Em todo o ano passado foram 41.
Se no município, o índice se manteve, não se pode dizer o mesmo da região. Em 2016 foram 157 novos casos de Aids. Já em 2017 foram contabilizados 168 novos diagnósticos, um aumento de 7%.
De acordo com a enfermeira responsável pela Central, Francisca Vanízia de Macedo Gomes, o aumento se deve, principalmente, pela falta de cuidado das pessoas. Para ela, muitos sabem da doença, mas evitam o uso do preservativo e, por isso, acabam contraindo doenças. Além disso, ela conta que muito além de prestar atenção nos números, a população deve ficar atenta as novas formas de tratamento que surgiram como, a Prevenção Combinada.
A enfermeira explica que esta é uma estratégia que faz uso simultâneo de diferentes abordagens de prevenção (biomédica, comportamental e estrutural) aplicadas em múltiplos níveis para responder a necessidades específicas de determinados segmentos populacionais e de determinadas formas de transmissão do HIV.
— Mesmo sabendo, as pessoas se recusam a usar o preservativo, por isso, acabam contraindo o vírus, o que é errado — explicou.
Ações
A Prefeitura de Divinópolis, por meio do CTA realizou ontem ações de conscientização sobre HIV/AIDS, no Dezembro Vermelho.
As atividades se concentraram na avenida 1º de Junho com São Paulo. No local, o Serviço de Abordagem Especializado (SAE), o Movimento Gay, e alunos das Faculdades Pitágoras e Uemg distribuíram preservativos e gel lubrificante, além de conscientizar a população. Cerca de 100 mil unidades ficaram à disposição da população.
Já na terça-feira, 5, haverá uma roda de conversa sobre ISTs, com o tema “Educar, Prevenir e Tratar”, às 19h no auditório da Faced. As unidades de saúde também receberão banners informativos sobre a Prevenção Combinada, orientado os usuários sobre HIV/AIDS e ISTs.
Prevenção é o melhor remédio
A principal arma existente hoje contra a transmissão de HIV no Brasil, considerando que a transmissão em larga escala é sexual, é o uso de preservativo. Mas, o infectologista Pablo Velho esclarece que há uma outra alternativa disponível na rede pública de saúde para evitar a contaminação em caso de exposição ao vírus.
— Existe uma forma, semelhante à pilula do dia seguinte em relação à gestação, que é, depois de ter uma exposição sexual de risco, receber um medicamento que diminui a chance de se contaminar pelo HIV em unidades de saúde — afirma.
Essa estratégia é chamada de Profilaxia Pós-Exposição, usada para casos de violência sexual ou de exposição de risco ocasional.
— Se bebeu demais, nem lembra se usou preservativo ou sabe que não usou, procure uma unidade que você tem o direito à prevenção — explica o especialista.
Para funcionar, a medicação deve ser administrada em até 72 horas após a relação desprotegida e precisa ser tomada durante 28 dias.
— Quanto antes, mais eficaz — orienta.