Rafael Camargos
Crianças. Esse era o alvo de Osmar Alves Araújo, de 60 anos, apresentado na manhã desta quinta-feira, 11, pela Polícia Civil em Carmo do Cajuru. Ele é suspeito de abusar de ao menos três vítimas na cidade e uma em Abaeté.
O último caso citado ocorreu há dez anos. Entretanto, só veio à tona agora, durante as investigações, que começaram há alguns dias.
De acordo com a Polícia Civil, durante as festividades do Natal o homem teria atraído três crianças para sua casa com promessas de dar a elas balas e dinheiro – atitude comum entre os abusadores.
Ao chegarem à residência, o suspeito teria ponderado que apenas as presentearia se elas lhe fizessem sexo oral e deixasse que ele as beijasse na boca e nas partes íntimas.
As informações citadas acima foram o ponto de partida do Delegado Wesley Amaral de Castro e sua equipe de investigadores para localizar e prender o suspeito. Antes disso, as crianças, principais envolvidas na história, foram ouvidas pela equipe.
— Com as informações, descobrimos que um dia antes ou talvez no próprio dia de Natal, porque as crianças estão com dificuldades para assimilar as datas, as vítimas passavam em frente à casa dele, quando as convidou a entrar e as ofereceu bala e dinheiro. As crianças ingenuamente aceitaram o pedido. No entanto, o irmão de uma das crianças, de sete anos, presenciou todo o ocorrido e a partir disso comunicou os fatos a uma testemunha — argumentou Wesley.
Macumba
Ainda conforme explica, antes de terminar o abuso, Osmar ameaçou as crianças caso a história viesse à tona.
— Tão logo tenha terminado o estupro de vulnerável, ele as ameaçou de fazer uma macumba caso as crianças contassem. Elas estavam com muito medo dele — contou.
Abuso passado
No decorrer das investigações, Wesley e a equipe tiveram informações de que há 10 anos o criminoso havia abusado de outra vítima, em Abaeté.
— A criança também tinha nove anos de idade quando ele abusou dela. Na verdade, ele agia como um verdadeiro predador sexual. Se aproveitava da vulnerabilidade social e da inocência das crianças para oferecer coisas das quais elas não teriam acesso facilmente para conseguir o que queria — relatou o delegado.
E continuou:
Prostituição
De acordo com a PC, o homem já havia sido preso pelo crime de exploração sexual em 1996. Ele mantinha uma casa de prostituição.
Versão do acusado
Apesar das provas, Osmar negou todas as informações e disse que foi provocado pelas crianças. Segundo ele, elas se insinuaram para ele, que pediu que parassem ou iria chamar as mães delas.
— Eu nunca atraí crianças com balas e presentes. As balas que eu tinha em casa eram para dar às minhas afilhadas ou aos clientes que iam lá. Na época eu vendia uma pinga lá em casa, mas a não ser isso, não aconteceu nada — falou Osmar.
Sobre a acusação de exploração sexual, ele confirmou que ficou detido por alguns dias, mas que em seguida foi liberado.
— Eu trabalhava no bordel com mulheres — terminou.
O suspeito está detido no presídio Floramar, em Divinópolis.