Gisele Souto
Os números da criminalidade em 2017 ficaram marcados pelo aumento na quantidade de homicídios registrados em Divinópolis. Foram 61 contra 44 contabilizados em 2016, um aumento de 38,6%. Situação que levou as autoridades de segurança pública da cidade a tomar várias medidas preventivas e repressivas na tentativa de evitar que esta modalidade criminosa tenha o mesmo patamar em 2018. E pelo resultado obtido nos dois primeiros meses deste ano, as investidas estão dando certo. Pelo menos nas cinco cidades subordinadas ao 23º Batalhão da Polícia Militar em Divinópolis. São elas: Itaúna, Itatiaiuçu, São Gonçalo do Pará, Carmo do Cajuru e Cláudio.
Nestes municípios, houve uma redução significativa em janeiro e fevereiro; são 15 crimes neste período em 2017 e apenas sete neste ano, segundo estatística da Polícia Militar, significando uma redução de 53,3%. Alguns deles, como Cláudio e Carmo do Cajuru, não houve um registro sequer. Enquanto em Divinópolis, que também está inserida neste resultado, de acordo com a PM, são cinco assassinatos. Porém, as mortes da jovem Vitória Castro Silva, 16, morta pelo irmão no bairro Icaraí, e a de um jovem que morreu na semana passada, após mais de uma semana na UTI, não estão contabilizadas. Portanto, com estes dois, somam-se sete em Divinópolis, empatando com a mesma quantidade do ano passado.
Repercussão
Essa redução nas cidades da região, de acordo com o comandante do 23º BPM, tenente-coronel Rodrigo Teixeira Coimbra, repercutiu positivamente junto à avaliação em âmbito estadual. O Batalhão, com o apoio da 7ª Região da Polícia Militar (7ª RPM), obteve desempenho satisfatório na reunião de Gestão do Desempenho Operacional.
— Também não poderíamos deixar de ressaltar o apoio da comunidade local, com denúncias e repasse de informações através do Disque Denúncia 181, ferramenta imprescindível para o sucesso na melhoria da prestação de serviços da PMMG — reforça o comandante.
Estatística
A vítima mais recente, a 7ª do ano em Divinópolis, morreu na quarta-feira passada, 21. Pablo Henrique Pereira, 21 anos, foi baleado com três tiros em um dos becos do Alto São João de Deus na segunda-feira de Carnaval. Ele foi levado para a Sala Vermelha do São João de Deus. De lá, para a UTI do hospital, onde morreu.
Segundo um parente do rapaz que prefere não se identificar, a motivação seria a disputa de um ponto de tráfico de drogas. A informação do parente do jovem morto bate com as das polícias. Tanto a Militar quanto a Civil revelam que as drogas puxam a fila no número de pessoas executadas.
Medidas
O comandante do 23º Batalhão detalhou algumas medidas que vêm sendo realizadas pela Polícia Militar visando a aprimorar processos com o objetivo de otimizar o seu desempenho nas diversas áreas de gestão, como forma de garantir a melhoria contínua na prestação de serviços à sociedade.
Ele revela ainda que, no 23º BPM, buscando essa melhoria na prestação de serviços, entre outras ações, foi implantado o Indicador Finalístico de segurança pública intitulado Taxa de Homicídios, com a finalidade de analisar e avaliar as estratégias de enfrentamento a esta modalidade criminosa, com ênfase em atividades preventivas e sua repressão qualificada.
— Assim, ações como a criação do Grupo Especializado de Policiamento em Áreas de Risco (Gepar), a Patrulha de Prevenção de Homicídios (PPH), o acompanhamento de prováveis vítimas e as operações de combate ao tráfico de drogas e porte ilegal de armas começam a surtir efeito na área do 23º BPM — completa.
Parceria
Para o delegado regional da Polícia Civil, Leonardo Pio, os números de homicídios bem menores do que os do ano passado, nos dois primeiros meses na região, são o resultado de um trabalho intenso das polícias. Primeiro, segundo ele, as ações ostensivas da Polícia Militar e, depois, a agilidade que a Polícia Civil tem dado aos inquéritos de assassinatos na Delegacia Regional, priorizando este tipo de apuração, prendendo os autores.
— É fato que mais de 90% dos assassinatos ocorridos nos últimos dois anos estão atrelados ao tráfico de drogas. Mas também há outros crimes, como roubo e acertos de contas. A repressão ao tráfico de forma qualificada acaba contribuindo também para as apurações dos crimes. A população pode ficar tranquila que continuaremos trabalhando forte na repressão qualificada a este tipo de crime — ratificou.