Ricardo Welbert
Moradores de Divinópolis continuam sendo vítimas de calceteiros que recebem antecipadamente pelo serviço e somem sem terminar as obras. O esquema foi mostrado pelo Agora em reportagem publicada em setembro de 2017. Na quinta-feira, 19, o vereador Eduardo Print Júnior (SDD) citou na Câmara um caso mais recente, ocorrido há cinco meses.
Segundo o vereador, moradores da rua Lavras, no bairro Belvedere, foram enganados por um calceteiro que recebeu antecipadamente, trabalhou durante dez dias e depois sumiu, sem terminar a obra.
Uma das vítimas é Pedro Ivo. Ele afirma que a rua está abandonada.
— Não foram executados nem 50% da obra. Tentamos por várias vezes falar com o calceteiro e nada. Ele até ameaçou alguns vizinhos que foram à casa dele pedir que terminasse o serviço. Nós só queremos a conclusão da obra — diz o morador.
Providências
O vereador diz já ter procurado a secretaria de Obras, que, segundo ele, disse estar ciente da situação e já ter descredenciado o calceteiro.
— Precisamos pensar em uma punição mais severa, pois, pelos casos de que sabemos, são sempre os mesmos calceteiros. Isso é caso de polícia, pois o dinheiro é recolhido e a obra não é finalizada. Não podemos admitir calceteiros caloteiros — diz Print Júnior.
Histórico
Em setembro do ano passado, o Agora publicou reportagem sobre o drama de moradores dos bairros Realengo, São Lucas e Candidés, que se uniram para pagar pelos calçamentos de suas ruas e perderam o dinheiro.
O técnico em laboratório Francisco Alves é uma das vítimas. Ele mora em um prédio no cruzamento das ruas Cabo José Correia dos Reis e José Paulino, no bairro Realengo. Ele conta que a obra em frente à construção começou há mais de um ano e está parada.
— O custo total foi de R$ 850 e a minha parte paga foi de R$ 280. O cara abandonou o serviço e sumiu — diz.
No dia 20 de março deste ano, a Prefeitura fez um alerta à população sobre a atuação ilegal de alguns calceteiros. Em nota, o setor de Obras afirmou que o trabalho de calçar algumas ruas é contratado pela população e que o Município apenas fornece pedras e fiscaliza.
Sobre o caso denunciado na Câmara pelo vereador, a Prefeitura não respondeu até o fechamento da reportagem, às 17h desta sexta-feira, 20.
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