Gisele Souto
Os professores da rede estadual de ensino voltaram ao trabalho nesta quarta-feira, 27, após o governo quitar as parcelas atrasadas do salário dos servidores. A greve durou 15 dias, menos da metade da deflagrada em março, quando os educadores pararam por mais de um mês. Porém, a luta continua, agora em outra esfera. A Associação dos Professores Públicos de Minas Gerais (APPMG) vai acionar o Ministério Público Estadual (MPMG) para que o governo do Estado efetue o pagamento dos servidores ativos e aposentados no 5º dia útil de cada mês.
A medida foi debatida entre representantes da associação com coordenador do Centro de Apoio às Promotorias de Defesa do Patrimônio Público, o promotor Leonardo Barbabela. De acordo com o assessor executivo da APPMG, Mário de Assis, a situação está insustentável.
Para a associação, este mês, especialmente, foi desrespeitoso com a categoria, tendo em vista que a segunda parcela dos salários de maio, que deveria ter sido creditada nesta segunda-feira, 25, só foi depositada na terça, 26. Além disso, a APPMG reclama do prestígio a outras categorias que receberam bem antes dos educadores.
O governador Fernando Pimentel (PT), que havia prometido na sexta-feira, 22, todos os depósitos na segunda, alegou que o atraso ocorreu em razão do fluxo de caixa.
Sensibilizado
O assessor executivo da APPMG revela que o promotor se mostrou sensibilizado com o clamor dos professores e revelou aos participantes da reunião que vai agir. Afirmou, segundo o assessor, que entrará com uma ação cível pública contra o Estado de Minas Gerais.
— Ele nos prometeu que dará um basta nesta situação. Não se brinca com o ser humano assim. Os professores ganham mal, sofrem a vida inteira e a sociedade diz que reconhece o profissional, mas da boca para fora. Falta apoio. Um exemplo é o que houve com os caminhoneiros. Todo mundo levou comida, água; com a gente, ninguém vai tomar bomba de gás lacrimogêneo na cara — desabafa.
Terceira parcela
O Estado ressalta que, apesar das dificuldades financeiras enormes, não mede esforços para priorizar os salários dos servidores na medida do possível.
Segundo a Secretaria de Estado da Fazenda, a primeira e a segunda dos servidores foram todas pagas e a terceira parcela está prevista para esta sexta, 29.
Divinópolis
Em Divinópolis, onde todas as escolas que estavam paradas retomaram as atividades, há integrantes da Associação das Professoras Públicos. O assessor executivo da associação, Mário de Assis, não sabe precisar a quantidade de associados na cidade, mas diz que na região são cerca de dois mil.
Segundo a Superintendência Regional de Ensino (SRE), todos os servidores do órgão também encerraram a paralisação.