Não é que foi?

A aceitação da Comissão Processante da Câmara em continuar a investigação do prefeito Galileu Machado (MDB), que pode resultar em seu impeachment, pegou todos de surpresa. O resultado realmente surpreendeu, mas também pode ser apenas uma estratégia dos vereadores para não se desgastarem com os seus pares. Como todos sabem, a comissão foi formada pelos vereadores Eduardo Print Júnior (SD) – líder de governo na Câmara –, Renato Ferreira (PSDB) – disputou a vaga de líder de governo com Print Júnior –, e Roger Viegas (Pros) – oposição declarada ao prefeito. E, diante da formação, o esperado era que a comissão votasse pelo arquivamento da denúncia, mas todos votaram a favor. Interessante, muito interessante. Caso, o voto fosse pelo arquivamento, a denúncia iria para votação no plenário, assim, todos os vereadores teriam a oportunidade de votar e dar o seu show nas redes sociais. Com isso, alguns seriam os heróis do povo, e os parlamentares que compõem a Comissão Processante seriam os inimigos. Boa, muito boa essa estratégia. Afinal, mais vale um covarde vivo do que um herói morto.

Queimar cartucho

Estamos a pouco mais de um ano de novas eleições e o negócio agora é baseado no “cada um por si e Deus por todos”. É inegável que alguns vereadores fizeram papéis de verdadeiros heróis para proteger o prefeito. Quem se lembra das duras críticas que eles receberam no ano passado quando rejeitaram o pedido de impeachment protocolado pela Associação dos Advogados do Centro-Oeste de Minas (AACO)? A denúncia tinha como base os áudios revelados pelo ex-aliado do prefeito, Marcelo Máximo de Morais. E cá entre nós, esse, sim, era um pedido de impeachment de respeito, sem interesse político ou partidário. A rede social não perdoou, muito menos os veículos de comunicação, que estamparam quem tinha votado contra e quem era a favor da aceitação da denúncia. Todos “deram a cara a tapa” para defender Galileu, mas, também, o período eleitoral estava longe. Agora, com a aproximação das eleições, a coisa mudou. Ninguém quer queimar cartucho mais. Afinal, é cada um por si e Deus por todos, e todos tentando salvar o seu eleitorado.

Uma novela já foi

Uma novela (ao que tudo indica) já foi. A comissão vai continuar investigando o prefeito por improbidade administrativa, uma vez que uma das denúncias que embasaram o pedido do impeachment de Galileu foi a de superfaturamento do Serviço Municipal do Luto. Porém, este diário entrevistou na época a secretária de Fazenda (Semfaz), Suzana Xavier, e ela, com a maior tranquilidade do mundo, explicou como funcionava o faturamento do Serviço Municipal e afirmou, inclusive, que o serviço dava prejuízos ao Município. Ao que parece, tudo está sob controle. Então, a coisa deve esquentar (mais uma vez) com a votação da revisão da planta de valores do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), que vem com tudo no segundo semestre. Aí vai ser a segunda prova se Galileu poderá continuar contando com sua base ou não. Aí é que o prefeito saberá se a sua base é sólida ou “escorrega no quiabo” ao primeiro alerta vermelho. Mas, política é política, né? Que venha a próxima novela.

Refletiram?

O recesso dos vereadores está chegando ao fim, e só nos resta saber se eles tiraram esse tempo para refletir sobre suas atuações. Pois é um vexame atrás do outro. Resta-nos saber se eles vão empenhar as mesmas forças que estão empenhando em tirar Galileu Machado do cargo, em buscar soluções para os problemas da cidade e melhorias para o Município. Porque olha: a coisa tá feia.

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