Sede própria do Divinópolis Clube

Palmério Ameno

O terreno ficava na rua São Paulo, ao lado da tipografia do Geraldo Câncio Cruz, um lote enorme, que fora leiloado pela Prefeitura de Divinópolis (o prefeito era Sebastião Gomes Guimarães e o secretário, Altamiro Santos), e arrematado pelo então presidente do clube, Nilson de Sousa. Era premente a necessidade de se construir ali a sede própria. Com o correr do tempo, cada vez mais tal ideia ganhava força, mesmo porque era um longo sonho que todos sócios acalentavam.

O Rosenwald Hudson de Oliveira era o presidente do clube, e este escriba, o tesoureiro. A arrecadação dos sócios, segurando bem, dava para ir levando sem muito aperto. Feita uma reunião da diretoria e a situação exposta, decidiu-se que a construção se efetivasse, imediatamente, após um financiamento bancário, o que foi conseguido com aval dos presidentes da entidade e do Conselho Deliberativo, e até eu, como tesoureiro (nem sei por que pediram o meu aval, não tinha nada para oferecer). O terreno adquirido também foi penhorado.

Feito o projeto pela arquiteta Wanda Vasconcelos, filha do Onésimo Vasconcelos, prontas as fundações e os alicerces, levantaram-se as paredes, fez-se a laje do primeiro pavimento, a administração, os móveis, utensílios, tudo foi transferido para lá, ainda com o escoramento sendo retirado. Uma verdadeira odisseia, mas o clube tinha sua sede própria inaugurada “aos trancos e barrancos”. Não mais se pagaria aluguel ao Zico, do Pedro Cota, pelo prédio alugado, que ainda está na esquina da 1º de Junho com a rua Rio de Janeiro. E, o mais importante, consolidou-se a propriedade do valioso imóvel, registrado sem demora no Cartório do Lauro Machado.

“E agora, José?”, como quitar o compromisso da dívida assumida? Aumento significativo do quadro social, cortes de despesas, crescimento da arrecadação e, que maravilha, mais adiante, alugou-se uma parte da frente à Caixa Econômica Estadual, cujo gerente era Artur Braga Júnior. O dinamismo, o acreditar sempre positivo do presidente Rosenwald Hudson, com o apoio relevante da Diretoria e do Conselho Deliberativo, a colaboração espontânea dos sócios — a dívida, assim, foi saldada com o banco e, embora os muitos apertos seguidos, a sede própria foi entregue, vitoriosamente, às gerações futuras, um patrimônio forte e sólido e ainda se construiu a sede campestre, um orgulho de tirar o fôlego pela sua grandiosidade a qual foi inaugurada em minha gestão. Um fato muito curioso: naquela apertura para pagar as prestações do banco, o Artur Braga, na época presidente do Conselho Deliberativo, munheca de samambaia como ele só, vira e mexe me perguntava: “Como é, Palmério, será que vamos conseguir dinheiro com as mensalidades?”. Eu respondia: “Olha, doutor, eu tenho quase certeza que conseguiremos, mas o sr. mais o Rosenwald garantem o pagamento se o Clube não conseguir…”. Já pensaram a reação do Artur Braga? Pagamos tudo só com as mensalidades e entradas de novos sócios.

 

 

 

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