Da Redação
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) divulgou, nesta sexta-feira, 14, durante entrevista coletiva em Belo Horizonte, as ações que estão sendo tomadas até o momento para a investigação dos fatos que provocaram a morte de dez pessoas em Capitólio, no Sudoeste do estado. Os ocupantes de uma lancha de turismo morreram após a queda de uma placa rochosa em um dos cânions da região, no último sábado, 8.
O delegado regional em Passos, Marcos Pimenta, responsável pelo inquérito policial, detalhou que já foram ouvidas 17 pessoas no curso das investigações, incluindo vítimas que tiveram ferimentos leves e que contribuem para as apurações como testemunhas do acidente.
— Hoje pela manhã, em Belo Horizonte, também colhemos depoimentos de três pessoas de uma mesma família. É um trabalho que requer muita calma e serenidade, para, ao final do inquérito, apresentarmos o melhor resultado à sociedade — destacou.
Paralelamente, equipes de peritos criminais da PCMG continuam atuando, nesta sexta-feira, 14, no local do acidente para colher informações para o laudo pericial que irá subsidiar as investigações. Especialistas em geologia, os policiais foram deslocados de diferentes regiões do estado e trabalham, desde essa quinta-feira, 13 em todo o trecho do cânion onde ocorreu o acidente.
Polícia científica
Marcos Pimenta ressaltou que a PCMG atua com base nos conhecimentos científicos para esclarecer todos os fatos.
— O que já sabemos é que essas placas rochosas têm uma tendência natural a se desprenderem. Então cabe à Polícia Civil apurar se houve alguma ação de terceiros para acelerar esse processo natural — completou.
Entre os fatores externos que a Polícia Civil avalia, o delegado citou, por exemplo, a ação das chuvas, a proximidade com a rodovia limítrofe aos cânions e outras interferências, como construções urbanas.
— Mas repito: isso só poderemos dizer ao final das investigações. Se houver uma entidade ou indivíduo que, de alguma forma, tiver contribuído para a aceleração da queda dessa placa, com certeza será responsabilizado criminalmente — assinalou.
Ainda segundo o delegado, a PCMG está em contato com diversos especialistas em geologia em todo o Brasil, que auxiliam no estudo do que pode ter ocorrido no dia do acidente.
— Se preciso for, podemos até pedir outros laudos complementares, como uma avaliação sismológica. Mas tudo isso vai depender da análise que os nossos peritos estão realizando neste momento — informou.
Fiscalização
O delegado também informou sobre as responsabilidades de fiscalização e regulamentação da atividade de turismo na região conhecida como “Mar de Minas.
— A Polícia Civil já ouviu os prefeitos de Capitólio e São José da Barra, além de proprietários de lanchas. Alguns destes, inclusive, já estão nos repassando a documentação para averiguação da regularidade dos negócios. De qualquer forma, vamos nos focar no nexo de causa e consequência do acidente, que é o que interessa para a investigação — disse.
Identificações
Ao todo, dez corpos foram identificados e liberados às famílias. As investigações seguem em andamento e ainda não há prazo definido para conclusão.
Com informações da Agência Minas.