Hortigranjeiros ficam 18,1% mais caros em fevereiro

Jorge Guimarães 

As condições climáticas do último ano, alinhadas à guerra entre Rússia e Ucrânia, devem impactar diretamente nos preços de alimentos como a carne de frango, bovina, feijão e hortifrútis. Assim como a geada queimou diversas plantações de café, o clima também interferiu no plantio e no desenvolvimento dos grãos do milho e da soja. E  essas interferências geram um efeito dominó em cadeia, pois, com os grãos em alta, há o aumento nos custos de produção, o que atinge diretamente toda a cadeia alimentar, em especial a carne de frango, suínos e bovinos – isso sem contar com as altas diárias do barril de petróleo, que chegou a encostar em US$ 140 na última segunda-feira, nos mercados internacionais. Aumentos estes responsáveis pelo reajuste no preço dos combustíveis, a partir de hoje.

 

Hortigranjeiros

No caso do setor de hortigranjeiros, que inclui frutas, legumes, verduras e ovos, houve aumento de 18,1% no preço médio em fevereiro em relação a janeiro, no atacado do entreposto de Contagem da CeasaMinas, principal fornecedor de Divinópolis e região. As fortes chuvas do início do ano continuam sendo a principal causa das cotações mais altas, na medida em que levaram a uma redução de 3,6% da oferta de hortigranjeiros na central de abastecimento. A previsão é que a situação se normalize a partir dos meses de abril e maio. As maiores altas foram na cenoura (89,7%); chuchu (74,4%); repolho (57,6%); beterraba (47,5%) e alface (45,8%). Já no grupo das frutas, as principais elevações foram verificadas com melancia (50%), mamão-havaí (46,5%); manga (24,5%); morango (21,8%) e pêssego (4,6%).

De acordo com o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, as chuvas destruíram lavouras de alguns produtos e também dificultaram a colheita de outros.

O preço da cenoura vermelha já atingiu a casa dos R$ 9,99, o quilo.

 

Quedas de preços

Mas houve também redução nos custos de alguns itens. Há três produtos que se destacaram entre as quedas de hortaliças: tomate (-6,3%); jiló (-2,44%) e mandioca (-1,8%). No grupo das frutas, as principais diminuições de preços foram de abacate (-20,4%); abacaxi (-14%); goiaba (-12,6%); banana-prata (-10,9%) e banana-nanica (-3%).

Apesar de apresentarem valores médios menores em fevereiro, esses produtos ainda não estão em uma situação favorável ao consumidor, conforme ressalta Martins. Por isso, a dica, segundo ele, é pesquisar bastante ao ir às compras e, sempre que possível, aproveitar as promoções do varejo.

 

Supermercados

A reportagem esteve ontem em uma loja de supermercado e verificou alguns preços. O quilo da batata, chuchu e abóbora híbrida estava R$ 4,99, o pimentão, a R$ 11,90. A abóbora menina, o tomate longa vida e o pepino saíam por R$ 6,99. Já a cebola era vendida a R$ 8,90, a beterraba a R$ 5,99, beringela a R$ 9,90 e a cebola amarela, a R$ 2,99.

Do lado das frutas, há alguns preços em queda, como o do limão tahiti que saía por R$ 1,99, a unidade do abacaxi era R$ 2,99 e a laranja pera-rio estava a R$ 3,49.

 

Ovos

Já os ovos ficaram 45% mais caros em fevereiro. Os três principais fatores que levaram ao aumento foram a alta dos custos de produção, redução na oferta e aproximação do período da Quaresma, tradicionalmente de maior valorização do produto. A dúzia do ovo branco é vendida sendo a R$ 7,99 e a embalagem com duas dúzias e meia estava a R$ 15,90.

 

Café

Como uma paixão nacional, o café faz parte do cotidiano do brasileiro. Mas nos últimos meses, em comparação ao mesmo período do ano passado, a saca de 60 quilos teve um aumento de 113%. E nas gôndolas de uma loja de rede os valores para o pacote de 500gr variam entre R$ 7,99 e R$ 16,29, conforme a marca e qualidade. Já os cafés especiais são comercializados a partir de R$ 18,98 até R$ 59,90.

— Com esses preços nas alturas estou tomando chá. Lá em casa temos no quintal uma variedade de ervas as quais fazemos uso em substituição do café — disse a aposentada Rosa Costa.

 

Óleo 

O óleo de soja estava saindo, na promoção, ao preço de R$ 8,99, mas o consumidor só podia levar até seis embalagens. Já dos outros tipos de óleos, como girassol e canola, os preços eram a partir de R$ 12,80.

 

Arroz e feijão

A dupla invencível da mesa do brasileiro, o arroz com feijão, que há alguns meses estava com os preços nas alturas, teve os valores estabilizados neste início de ano. O pacote de cinco quilos do arroz agulhinha tipo 1 custa entre R$ 12,99 e R$ 25,90. Já o feijão carioquinha variava entre R$ 3,69 e R$ 7,99, conforme a marca e a qualidade.

 

Carne bovina

A carne bovina é uma das mais afetadas nos últimos meses. Isso em virtude das condições climáticas das mais variadas e também da alta do custo de manejo e alimentação. A disparada dos valores do milho e soja apertaram os agricultores no que se refere a rações para o gado. O preço da alcatra sai a R$ 39,90, o do acém, paleta e patinho, R$ 29,90. O lagarto, R$ 34,90, músculo a R$ 28,90, a chã de dentro R$ 36,90 e o contrafilé, R$ 44,90.

A carne de frango, que é a opção mais utilizada para consumidor na hora de substituir a carne bovina, o quilo, congelado in natura gira em torno de R$ 7,99 e a galinha também in natura e congelada é vendida a R$ 4,98.

— Com esses preços temos que nos reinventar na hora de organizar o cardápio. Assim, a substituição tem que ser frequente, para ver o que está mais em conta — avaliou o empresário do ramo alimentício, Rolando Meneses.

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