Brasília pós-ataque: prisões e intervenção federal

Hoje completa-se uma semana do ataque às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no último domingo, 8. Confira um compilado das consequências:

 

Presos: 1.159 e outros 684 detidos que respondem em liberdade;

Decreto: Intervenção federal na área de segurança pública do Distrito Federal até 31 de janeiro de 2023;

Afastamento: governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha;

Comando: Prisão do ex-comandante da Polícia Militar, Fábio Augusto Vieira, e do secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres;

Prejuízo: Senado (entre R$ 3 e 4 milhões), Câmara (mais de R$ 3 milhões) e STF (ainda não informado). 

Feridos: 44 policiais militares do Batalhão de Choque da PM

 

Intervenção – O primeiro ato em resposta ao ocorrido e à vulnerabilidade no local foi o anúncio, pelo presidente Lula (PT), do decreto de intervenção federal restrita à área de segurança pública, válido até 31 de janeiro de 2023.

 

As lideranças – O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi afastado do cargo pelo prazo de 90 dias. O ex-comandante da Polícia Militar, Fábio Augusto Vieira, e o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, foram presos.

 

Prisões – Ao todo, 1.843 pessoas foram conduzidas pela Polícia Militar do Distrito Federal para a Academia Nacional de Polícia. Todos os detidos foram identificados pela Polícia Federal e irão responder, na medida de suas responsabilidades, por crimes de terrorismo, associação criminosa, atentado contra o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, perseguição, incitação ao crime, dentre outros.

Os idosos, pessoas com problemas de saúde, em situação de rua e pais/mães acompanhados de crianças tiveram prioridade. Ao todo, 684 detidos pertencentes a esses grupos foram identificados e responderão em liberdade.

A Polícia Federal qualificou, interrogou e prendeu 1.159 pessoas. Elas foram entregues para a Polícia Civil do Distrito Federal, responsável pelo encaminhamento ao Instituto Médico Legal e, posteriormente, ao sistema prisional.

 

Divinopolitanos – Ao menos dezessete divinopolitanos estão entre os presos pelos ataques aos Três Poderes, no domingo, em Brasília. A informação foi confirmada pelo deputado federal Domingos Sávio (PSDB), que acompanha, desde o início da semana, a situação dos detidos. 

São nove mulheres e oito homens. Confira a lista, divulgada publicamente pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal: 

 

Mulheres

ANDREA MARIA MACIEL ROCHA E MACHADO (56 anos)

ALCIDIA MARIA DE JESUS SOUSA (56 anos)

EVANDRA DO ROSARIO DE SOUZA (48 anos)

JULIANA MARCAL DE SOUSA (32 anos)

MAGDA ELIANA LIMA (51 anos)

MARIA DE LOURDES SOUSA GREGO (55 anos)

ODICEIA ANDRADE CAMPOS (60 anos)

SIRLEI APARECIDA ALVES (55 anos)

THAYNA MHERY ALVES DE OLIVEIRA (20 anos)

 

Homens

ANTÔNIO CARLOS DE SOUSA (48 anos)

EDSON GONÇALVES DE OLIVEIRA (48 anos)

EZEQUIEL DE OLIVEIRA SOUSA (56 anos)

MARCIO RODRIGUES DE MELO (46 anos)

PAULO ROBERTO DE SOUZA (45 anos)

RENATO RODRIGUES DE MELO (41 anos)

VANDER ALVES DIAS (51 anos)

WILLIAN FONSECA AMORIM (46 anos)

 

Corregedoria –  A Corregedoria da Polícia Militar também instaurou inquéritos para apurar a possível conduta inadequada de agentes durante os ataques. 

 

Medidas judiciais – O juiz federal Francisco Alexandre Ribeiro decidiu aceitar o pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para bloqueio de bens de 52 pessoas físicas e sete jurídicas acusadas de envolvimento nos atos antidemocráticos que culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília, no domingo, 8. O total bloqueado chega a R$ 6,5 milhões e representa o valor apurado até o momento dos prejuízos.

 

Ex-presidente – O STF também acatou o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura a autoria intelectual dos atos antidemocráticos realizados no domingo, 8, e que resultaram na invasão e depredação nos prédios do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional em Brasília.

 

Envolvimento de políticos – O Supremo também foi acionado para impedir a posse de deputados que supostamente teriam incentivado os atos — dois deles são mineiros. São eles: André Fernandes (PL-CE), Clarissa Tércio (PP-PE), Silvia Waiãpi (PL-AP), Carlos Jordy (PL-RJ), Nikolas Ferreira (PL-MG), Sargento Rodrigues (PL-MG) e Walber Virgolino (PL-PB).

 

Prejuízo – A diretora geral do Senado, Ilana Trombka, informou que vai custar caro recuperar a estrutura da Casa, assim como itens do mobiliário e obras de arte depredados durante o ataque ocorrido no domingo, 8. Os invasores deixaram um prejuízo em torno de R$ 3 a R$ 4 milhões para ser coberto pelo orçamento do Senado, que se abastece de verba gerada por impostos e repassada pelo Tesouro Nacional. 

Já o relatório preliminar divulgado pela Câmara dos Deputados aponta que o custo para reparação dos danos causados pela invasão ocorrida no domingo, 8, já ultrapassa R$ 3 milhões, considerados apenas os objetos e equipamentos que podem ser repostos, como computadores, vidros, veículos e outros itens de mobiliário. Para se ter uma ideia, 400 computadores foram destruídos no ataque, com custo de reposição estimado em mais de R$ 2 milhões.

O Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não divulgou o valor estimado do prejuízo. 

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