Colecionar selos, ou praticar a filatelia é ao meu ver uma atividade que requer dedicação e muita pesquisa. Eu admiro demais quem leva isso a sério, alguns selos são mais valiosos que diamante. O selo mais raro do mundo foi levado de volta para a Grã-Bretanha após 143 anos. O selo da Guiana de 1 Cent, impresso em 1856 e descrito como “a Mona Lisa do mundo dos selos”, foi arrematado por 6,2 milhões de libras (R$ 38,2 milhões na cotação de ontem).
Entre as décadas de 1840 e 1850, após a emissão, por parte de diversos países, de seus primeiros selos postais, surgiram os primeiros filatelistas, mas sem que houvesse uma maior divulgação ou registro formal das atividades filatélicas àquela época. Na década seguinte, contudo, o hábito de colecionar selos tornou-se mais difundido e o comércio filatélico começou a ganhar espaço. Diversos colecionadores pioneiros, como Jean Baptiste Philipp Constant Möens, de Bruxelas, William S. Lincoln, de Londres, Edward Stanley Gibbons, de Plymouth, e Oscar Berger-Levrault, de Estrasburgo, tornaram-se comerciantes filatélicos e ajudaram a impulsionar a filatelia, facilitando a aquisição de selos. Em Paris, o Jardin des Tuileries e o Jardin de Luxembourg se tornaram, a partir de 1860, locais nos quais colecionadores de todas as idades se reuniam informalmente para a compra, venda e troca de selos e para a discussão de assuntos filatélicos e, em 1867, foi fundada, na Carrè Marigny, a primeira feira filatélica ao ar livre, que existe até hoje. Foi igualmente em Paris, mais precisamente no Hotel Drouet, que aconteceu, em 1865, o primeiro leilão filatélico.
O termo filatelia
Foi no periódico francês “Le Collectioneur des Timbres-Poste”, editado a partir de julho de 1864, que o termo ‘philatélie’ (filatelia) apareceu pela primeira vez. Ele foi proposto em um artigo intitulado “Baptême” (Batismo), publicado em novembro de 1864. O artigo não era assinado, mas sua autoria é, em geral, atribuída a Georges Herpin, embora seja possível que tenha sido escrito, de fato, por Arthur Maury, o próprio editor da revista e autor do Catálogo Maury, mencionado anteriormente. Alguns autores também citam uma versão alternativa para a origem da palavra filatelia. Esta segunda versão, que foi publicada anonimamente, como uma carta ao editor, no periódico americano “Mekeel’s Weekly”, em 1908, sugeria que a palavra filatelia teria se originado de Philalèthes, denominação dos membros de uma sociedade maçônica francesa do século XVIII.
A palavra filatelia, concebida originalmente, em francês, como philatélie, foi um neologismo, estabelecido a partir de duas palavras gregas: phílos, que significa ‘amigo’ ou ‘que tem afinidade por’; e atáleia, que significa ‘isenção de taxas ou impostos’. Atáleia, prefixo que indica negação, + telos, que significa taxa ou imposto) teria sido a palavra grega mais próxima do conceito de selo postal encontrada por Herpin.
A Filatelia em Divinópolis
Em 19 de setembro de 1997, foi fundado o Clube Filatélico Candidés. A atividade filatélica já existia em Divinópolis, de formas isoladas, mas a partir da colaboração do filatelista Hamilton Gregório de Souza e dos responsáveis das Obras Sociais da Diocese de Divinópolis, foi fornecida uma sala para a realização das reuniões, que ocorriam sempre todos os sábados às 9h, na rua Mato Grosso, 500, Centro de Divinópolis, onde se reuniam cerca de 40 filatelistas.
As reuniões continuaram no local até meados de 2003/2004, mas infelizmente, com o falecimento do sr. Hamilton ocorrido em 03 de setembro de 2003 e também por conta da perda de contato com alguns membros, as atividades deixaram de ser realizadas, com alguns membros ainda se reunindo, mas sem uma sede própria.
Em 28 de julho de 2012, com o apoio da Agência Central dos Correios, ocorreu a revitalização do Clube Filatélico Candidés, com as reuniões passando a acontecer sempre no último sábado de cada mês e posteriormente na última segunda-feira de cada mês em uma sala no 2° andar do prédio (avenida Antônio Olímpio de Morais, 687, no Centro de Divinópolis), com a manutenção das reuniões no local até 2016.
A partir de 2017, com o apoio da Biblioteca Pública Municipal Ataliba Lago (avenida 7 de Setembro, 1160, no Centro de Divinópolis) – parceira do Clube Filatélico Candidés a mais de 20 anos e sede de vários lançamentos de selos postais no passado, as reuniões passaram a ser realizadas sempre na última segunda-feira de cada mês na Sala de Multimeios (2° andar do prédio), antes como reuniões e atualmente no modelo de Palestras.
As atividades do Clube hoje se mantêm firmes com os filatelistas Conceição, Clotilde, Lauro, Luiz Gonzaga e Sérgio, sempre com o objetivo de divulgação da filatelia e da cultura para os moradores de Divinópolis e região.
Para concluir, seguem algumas fotos de momentos importantes da história do Clube Filatélico Candidés e a manutenção da esperança de dias melhores para a Filatelia em nosso país.
Exposição Filatélica “Para Cada Pessoa Existe um Selo” na Biblioteca –
Foto: maio 2014 – Esquerda p/ direita: Tales, Antônio Menezes, Sergio Rezende, Luiz, Maria Célia, Conceição, Milânia, Julio, Fabiana, Sérgio Barczewski
A sugestão da pauta e fonte de minha pesquisa sobre o tema é o amigo, leitor e referência na filatelia em Divinópolis, Luiz Amaral. Obrigado meu amigo.
Lançamento de Livro
Recebo neste sábados, das 15h às 17h, na Academia Divinopolitana de Letras (ADL) amigos e convidados para o lançamento do meu livro “Tentativas, 70 crônicas em prosa e rima”, na oportunidade tomaremos um café e a música em voz e violão fica por conta da amiga Ju Sousa.
A ADL situa-se à avenida Coronel Júlio Ribeiro, 311-Esplanada
Hoje não teremos frases ou poemas, pois o tema não me permitiu encontrar, mas se você souber de algum me envie.
Tem pauta sobre cultura? Envie para welbertonha@gmail.com
Welber Tonhá e Silva
Imortal da Academia Divinopolitana de Letras, cadeira nº 09
Historiador, escritor, pesquisador, fotógrafo e fazedor cultural.
Instagram: @welbertonha
