Preto no Branco 23/05

Esvaziar os bolsos? 

Com a proximidade das eleições 2024, um assunto polêmico e que dividiu opiniões no ano passado, vem sendo discutido novamente no meio político: a unificação das eleições. O deputado federal por Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), chegou a apresentar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prevê a prorrogação dos mandatos e a realização de eleição única.  A sugestão do deputado, feita em 2022 traz em seu conteúdo que presidente, governador, senador, deputados federal, estadual, prefeito e vereador, sejam eleitos em uma única votação. O assunto tinha sido esquecido, mas com as articulações visando o próximo ano, voltou à tona. Vale lembrar que várias propostas neste sentido foram apresentadas nos últimos anos, mas nenhuma avançou. E nem vai. Enquanto o dinheiro público jorrar igual água de fonte a cada dois anos, os favorecidos fingem nem saber da intenção, ou vão engavetar, como  sempre fazem quando a decisão beneficia o povo. Seus bolsos vêm sempre em primeiro lugar! 

Dedo da ferida 

A ânsia pelos favorecimentos é tanta que “é ruim, boa parte da classe dar conta de esperar quatro anos”. Prova disso é que a eleição geral para presidente, governador, senador e deputados mal esfriou e os e as artimanhas para constar os nomes nas urnas no ano que vem, já estão a todo vapor. O brasileiro ainda se lembra do treinamento mental ou da colinha para não esquecer os nomes na hora de votar e começa a pensar na escolha de prefeito e vereadores. Uma proximidade absurda, desleal e desnecessária. Já pensou o quanto se economizaria se fosse um processo só? Quantos benefícios trariam à população? Por isso, vem a pergunta: por que não unificar os pleitos e realizar apenas uma votação, de quatro em quatro anos, para todos os cargos públicos? A verdade é que devido às diversas situações, como dito no tópico acima, poucos têm coragem de “colocar o dedo na ferida”. Enquanto isso, a população se permite machucar, e também não tem coragem de adotar medidas preventivas, muito menos de ir atrás de remédios que pelo menos amenizem esses machucados profundos enraizados nessa política carregada de furúnculos difícil de expurgar os pus. 

Cúmplices da crueldade 

Frase que dispensa o verbo e o sujeito, quando se trata de crimes como racismo, homofobia, pedofilia e muitos outros que insistem em virar moda no mundo atual. Primeiro o proprietário de um bar se recusa a vender chope para um homossexual. Depois, a própria mãe obrigava sua filha desde os 7 anos a atender os desejos de um empresário por causa de dinheiro. E para fechar o trio noticioso de embrulhar o estômago, Vinícius Júnior mais uma vez foi vítima de racismo na Espanha. Comportamento que levou o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, a perguntar: Até quando a humanidade ainda será apenas espectadora e cúmplice de atos cruéis de racismo? Ele se refere ao comportamento de criminosos nas arquibancadas mundo afora. No entanto, são práticas que vêm se tornando corriqueiras, dentro e fora do campo. E isso acontece pelo simples fato de os responsáveis e mais de 80% da população não tomarem atitudes concretas que sejam capazes de frear estas aberrações. E o pior: sempre arrumam um “jeitinho” de colocar a culpa na vítima. Se o Vinícius dançou para provocar a torcida, ele mereceu? Pelo menos foi isso que deixou a entender o time adversário, seus torcedores, integrantes da La Liga e outros “idiotas” espanhóis. Neste caso, não é preciso lembrar somente que essa atitude é criminosa, mas compactuar, ver e não denunciar, torna-se cúmplice desta crueldade.   

Programa de combate 

A situação chega a tal ponto, que apenas a lei em si, está longe de resolver o problema. Diante de um desafio gigantesco e ameaçador, o governo brasileiro estuda a criação de um programa de combate ao racismo que visa proteger os atletas das constantes agressões. Assunto que virou tema de debate entre a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco e a ministra de Assuntos Parlamentares de Portugal, Ana Catarina Mendes, durante a 13ª Cimeira que aconteceu em Lisboa. No Brasil, os trabalhos envolvem também o Ministério do Esporte. A ministra do governo Lula (PT), disse que a representação portuguesa demonstrou entusiasmo em trabalhar junto à comunidade brasileira naquele país, em questões que envolvam este tipo de crime. É o que se espera. A depender de “bandidos disfarçados de torcedores”, temerem a Justiça, esses ataques nunca terão um basta. O que é inadmissível!  

#TodosContraOAssédio

A certeza da impunidade é tão grande que governos, entidades e órgãos se vêem obrigados a criar seus mecanismos de defesa. É o que fizeram a Ouvidoria-Geral do Estado de Minas Gerais (OGE) e a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), que iniciaram uma campanha para alertar os servidores sobre a importância de prevenir e combater o assédio moral e sexual no âmbito da Administração Pública Estadual. As ações visam conscientizar trabalhadores sobre a importância de prevenir e combater o assédio moral e sexual no ambiente de trabalho. É a campanha #TodosContraOAssédio, que ficará ativa pelos próximos meses e vai integrar ações em Belo Horizonte e no interior. Entre outras medidas, haverá distribuição da cartilha, palestras e divulgação por meio de posts em redes sociais. Caminho que deve tomar o governo federal quantos aos crimes semelhantes. Se vai dar certo e contribuir com as denúncias, ainda não dá para cravar. Portanto, é uma atitude. O que é inaceitável é ficar de braços cruzados, enquanto os crimes se alastram. 

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