Morre o ex- ministro Alysson Paolinelli

Da Redação

O professor, ex- ministro e ex-secretário de Estado, Alysson Paolinelli morreu nesta quinta-feira, 29, aos 86 anos, em Belo Horizonte. Natural de Bambuí, Centro- Oeste de Minas, Paolinelli era considerado o “pai da agricultura” no Brasil e ocupou o cargo de miistro de 1974 e 1979.
Paolinelli precisou passar por um cirurfia de fêmur e teve uma embolia pulmonar logo depois. Ele estava internado há cerca de um mês no Hospital Madre Teresa e morreu às 06h20 desta quinta-feira, a poucos dias do seu aniversário, que seria comemorado em 10 de julho.
O governador Romeu Zema (Novo), que era admirador de Paolinelli, lamentou sua morte e decretou luto oficial no Estado de três dias.
“Perdemos, hoje, um grande mineiro: o ex-ministro Alysson Paolinelli. Com toda a certeza, ele foi um dos maiores nomes que a agricultura brasileira já teve. Se o agro, hoje, no Brasil é essa potência, isso se deve, em boa parte, a ele. Tive a satisfação de conviver e aprender muito com ele. O que posso desejar nesse momento é que ele descanse em paz. O seu legado continua aqui. Fará muita falta”, disse Zema.

Carreira e legado

Paolinelli foi ex-secretário da Agricultura de Minas Gerais em três oportunidades (1971-1974 | 1991-1994 | 1995-1998). Durante sua primeira gestão, idealizou e coordenou a implementação de uma nova matriz produtiva baseada em um modelo sustentável, unindo novas tecnologias a incentivos de políticas de crédito para estimular a modernização da agricultura mineira. Com essa política, transformou Minas Gerais no maior produtor de café do país, ao alavancar o desenvolvimento de plantações no Cerrado mineiro, por meio de novas técnicas de plantio desenvolvidas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em parceria com as Universidades Federais de Lavras e Viçosa.
Também atuou como ministro da Agricultura (1974-1979), quando realizou a chamada Revolução Verde no Brasil, ao levar a experiência em Minas para outras regiões do país, transformando a até então improdutiva área do bioma do Cerrado brasileiro em um dos principais polos de produção de alimentos do país. Essa política lhe rendeu a premiação do World Food Prize (2006), a maior condecoração da agricultura no mundo. Paolinelli também ficou conhecido por defender a prática da plantação intercalada, ora voltada à determinada cultura de plantio, ora usada para pastagens, fortalecendo a manutenção nutritiva dos solos a longo prazo.

Prêmio Nobel

O professor ainda exerceu importante participação legislativa, ao ser eleito para o mandato de deputado federal constituinte, em Brasília, entre 1987 e 1991. Foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz por dois anos consecutivos, em 2021 e 2022, como reconhecimento de uma carreira voltada para produções sustentáveis e modernas, tendo participação singular no desenvolvimento de políticas para alavancar o desenvolvimento da agricultura do país e melhorar a qualidade nutricional da vida de milhões de brasileiros.

 

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