Quem tem o mínimo de senso, de racionalidade, assistiu atônito nesta semana, a viralização de uma declaração do deputado federal Eduardo Bolsonaro, onde o mesmo comparou professores a traficantes, ao participar de um evento pró-armas no Distrito Federal. Em seu discurso, o parlamentar afirmou que “Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante que tenta sequestrar e levar os nossos filhos para o mundo do crime. Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior, porque ele vai causar discórdia dentro da sua casa, enxergando a opressão em todo o tipo de relação”. A declaração, claro, vai ser investigada pela Polícia Federal, que analisará os possíveis crimes cometidos pelo deputado. A grande questão não é apenas as palavras do parlamentar, e o seu ódio propagado, mas o contexto como um todo, que leva ao questionamento: a quem interessa manter o povo na ignorância? A quem interessa que a população se distancie cada vez mais da educação? A quem interessa crucificar os professores?
Na Bíblia, em João 8:32 está a seguinte passagem: “E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”. Essa passagem escancara para quem tem alguma religião e/ou acredita em Deus, que a mentira aprisiona, e é somente pela verdade que o povo é livre. E, a verdade envolvendo isso tudo, nada mais é do que é interessante sim, para os políticos manter o povo com medo, na ignorância, amarrados com a corrente do pânico. Afinal de contas, nada prende mais do que uma mentira. Conhecer, entender o processo, ter discernimento do que é certo e do que é errado traz inúmeros riscos para os políticos brasileiros. Os números estão aí para comprovar. Para quem não sabe, ou não acredita, a educação é fundamental para a transformação de uma nação. Os países que não valorizam a ética, o trabalho e a educação em geral, apresentam economia frágil, os rendimentos são inferiores, refletindo em todo segmento, como habitação, saúde, qualidade e expectativa de vida. Resumindo: a educação nada mais é do que a base do desenvolvimento.
E, tanto fala-se, tanto pede-se por evolução, pelo desenvolvimento, e ele nada mais é do que uma questão cultural. Países desenvolvidos se encontram nessa condição por causa da população que é instruída de conhecimento e que exerce a cidadania, e em geral essas pessoas possuem bom poder aquisitivo e não se corrompem. Ouvir uma declaração como esta vinda de um representante do povo só comprova que o Brasil está andando para trás. E, o pior de tudo, existem pessoas que apoiam comportamentos como este, sem sequer imaginar que a chave para o fim da corrupção, para o desenvolvimento, para a liberdade do povo esta justamente na educação. É como dizem por aí “daqui para frente é só para trás”. Deixando ideologias políticas de lado, é mais do que primordial que a população comece a se questionar: a quem interessa manter o povo sem acesso a educação de qualidade, e a jogar a população contra aqueles que contribuem – mais do que os políticos – para a evolução do país? Questionar é preciso.
