A Câmara de Divinópolis, enfim, mostrou um pouco da força que tem. Pode-se afirmar que os últimos dias foram definitivamente atípicos para o Poder Legislativo, que se impôs perante diversas situações e saiu do campo da fala para a ação. Uma das situações que mais chamou a atenção foi o julgamento do vereador Diego Espino (PSC) pela Corregedoria de Ética da Câmara. Espino foi julgado depois de um pronunciamento ofensivo na Tribuna Livre. No discurso, Diego Espino citou a presença de Print Júnior no velório de sua mãe, em agosto do ano passado: “(…) eu não queria que você tivesse ido ao enterro da minha mãe, não,… eu queria ter ido ao da sua (…)”. Em menos de três anos do seu primeiro mandato, o vereador já colecionou muitos desafetos dentro de seu ambiente de trabalho, tendo inclusive enfrentado uma denúncia de infração político-administrativa, e esteve perto de perder o seu mandato.
Os argumentos de Espino não convenceram os membros da Corregedoria e ele sofreu uma derrota na Câmara, recebendo a penalidade de “suspensão da prerrogativa regimental de usar a palavra durante a primeira parte das reuniões ordinárias, extraordinárias e especiais pelo prazo de seis meses”. Em outras palavras, o parlamentar perdeu o direito aos 12 minutos de pronunciamento que cada vereador tem para utilizar a Tribuna Livre em cada sessão. A decisão mostra, enfim, que os vereadores estão reagindo a situações que, conforme previstas pelas legislações, não podem ser aceitas. Por outro lado, fica o estarrecimento com o nível ao qual a política divinopolitana chegou. Já não é de hoje que o Agora traz neste espaço um alerta sobre a postura e o comportamento de alguns parlamentares na Casa que é do povo, no lugar onde eles são pagos para trabalhar em prol da população, mas que infelizmente agem como se fossem donos.
A punição de Espino, junto com outras demandas importantes às quais os vereadores se posicionaram esta semana e fizeram o que deveria ser feito, mostra que nem tudo está perdido. Há uma esperança no fim do túnel. E, quem sabe, talvez depois de tantos alertas os vereadores tenham se atentado para o que realmente precisa ser feito. A atuação da semana, sem sombra de dúvidas, mostra aquilo que o Agora traz em suas páginas. É mais do que necessário sair do campo da fala para a ação. O que a cidade precisa é de trabalho que sirva de exemplo, que o parlamento se torne um lugar de respeito, onde o povo tenha a certeza de que os assuntos serão tratados com seriedade e compromisso por aqueles que foram eleitos para representá-lo. Afinal, não só de palavras é feita uma cidade, mas de execução. E, claro, em primeiro lugar, respeito e responsabilidade. Talvez, então, haja esperança…
