Editorial: muito discurso 03/08/2023

Credibilidade é uma virtude que poucas pessoas possuem. Muito além de uma simples palavra que compõe o dicionário, a credibilidade vem junto à ética e a um comportamento que muitos estão longe de ter. Nos dias atuais, em que o superficial basta e palavras bonitas são suficientes, ter credibilidade vale ouro. Como dizem: muito discurso, pouca ação. Em um mundo onde os mesmos que batem no peito que são honestos, humildes, íntegros e choram nas redes sociais, e são aclamados por parte da população, encontrar quem realmente tem um compromisso com a verdade, com a ética, e suas ações condizem com o que o falam, é o mesmo que encontrar uma agulha no palheiro. E, neste cenário, que infelizmente é o que a sociedade tem atualmente, fica a pergunta: onde nos perdemos? Onde a humanidade falhou para que hoje haja este abismo entre o falar e o fazer? Onde o povo se perdeu para que apenas palavras bonitas fossem suficientes, e não precisassem vir acompanhadas de ação? 

A conta definitivamente não fecha, pois a mesma população que grita aos quatro cantos que quer o fim da corrupção, que quer melhorias, que quer transparência no gasto do dinheiro público, é a que se contenta com a primeira explicação que lhe agrada os “ouvidos”, e o pior, é a mesma que tenta tapar o sol com a peneira, quando atitudes e comportamentos de seus “escolhidos” são no mínimo questionáveis. Esse cenário automaticamente traz outro questionamento: aonde vamos chegar? Sim! É inevitável não refletir sobre isso. Afinal, aonde esse tanto de palavras bonitas, que são cercadas de pouca ou nenhuma ação vai nos levar? 

É como dizem por aí, é uma hipocrisia para pouca credibilidade. De lado tem-se um mundo imaginário, das redes sociais, do “e se”, cheio de palavras bonitas; do outro, tem-se a realidade, que exige mais, que pede ação, que cobra melhorias. Entre esses lados há um abismo, e claro, pouca gente realmente fazendo e mostrando que, apesar de difícil, não é impossível ter credibilidade, valores, responsabilidade, honestidade e transparência. E, é neste lado, onde pessoas estão fazendo, trabalhando, construindo, deixando legados, que a esperança e a credibilidade moram. Afinal, falar todo mundo fala, mas fazer e ser a diferença é outra história. Para apontar, julgar, mentir não faltam pessoas, pois ser pouco é o que tem valido para a maioria dos seres humanos, porque ser muito, ser a mudança, exige confiança, valores e o principal, credibilidade. Sair da caixinha custa, e caro. Ser ação não é para todos.

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