Gordofobia fere a alma!

 

Eduardo Augusto 

Em novembro de 2022 uma turista brasileira usou as redes sociais para reclamar e denunciar publicamente uma empresa de transporte aéreo que decidiu barrá-la por ser gorda. Esta mesma cidadã foi cobrada pela empresa assento extra em classe executiva justamente porque como obesa não teria como viajar na área comum dos demais passageiros. 

Após de 16 anos de trabalho numa emissora de TV, uma mulher é demitida por estar gorda. Segundo seu relato, após sua gravidez teve dificuldades de emagrecer. A empresa lhe afastou do jornal que apresentava diariamente, passando a exercer trabalho interno na emissora, e após muita pressão pela sua obesidade, acabou sendo demitida, ficando claro os motivos da rescisão abrupta, embora, sem justa causa. 

Outra cidadã recorreu à Justiça do Trabalho de São Paulo alegando que pediu demissão de uma ótica de um shopping porque sofrera perseguição sobre padrão de vestimenta e que foi humilhada por conta de seu peso, neste caso a Justiça do Trabalho, reconheceu o caso de GORDOFOBIA e condenou a empresa pagar indenização por danos morais. 

Caros eleitores, no Google, numa simples pesquisa sobre gordofobia, temos milhares de casos de pessoas sendo vítimas de constrangimentos morais por causa da obesidade. 

Recentemente, uma cliente que aguardava ser atendida em Divinópolis, foi ofendida por um terceiro, que em alta voz, indicou a vítima como gorda, humilhando-a publicamente, o caso foi parar na Justiça Estadual.

Pois bem, por tamanha relevância do tema, decidimos em poucas palavras falar sobre gordofobia e alertar a população quanto ao crescente número de processos judiciais, nas áreas trabalhista, cível e criminal. 

A verdade é que os casos sempre existiram, o fato é que as pessoas vitimadas não estão sofrendo mais sozinhas e caladas, os dramas vividos estão sendo repudiados por parte da sociedade e pela Justiça. 

Um detalhe nos chamou atenção dos casos pesquisados, raramente encontra-se vítimas do sexo masculino, tem-se figurado no campo da vítima as mulheres, o que sinaliza casos de misoginia, além de gordofobia.

Tecnicamente gordofobia é um preconceito contra pessoas gordas e que se manifesta, desde atitudes, falas, representações negativas e barreiras para a inclusão de corpos gordos, até toda a estrutura da sociedade. Trata-se de achar que pessoas gordas, necessariamente, não são saudáveis, ou que são engraçadas e/ou atrapalhadas.

A gordofobia gera danos irreversíveis às pessoas vitimadas, em grande maioria as vítimas nunca esquecem das brincadeiras de péssimo gosto vividos na escola, nas práticas de esportes, da época de adolescentes, e na vida adulta, seja no âmbito de trabalho, familiar, e social – fatos registrados na alma. 

E essas máculas da alma podem gerar ansiedade, medo, intranquilidade de espírito, insegurança, tristeza, depressão, afastamento social, desemprego, obrigando-os a tratamento psicológico e psiquiátrico, com uso de medicação, e em casos mais graves, as pessoas podem não suportar as humilhações e levar ao suicídio, tamanha gravidade do tema.

Por isso, a importância da sociedade discutir o tema e provocar campanhas de educação social, justamente para que as pessoas tenham empatia e respeitem a diversidade social. 

 

É importante que as famílias discutem o tema, que as escolas e faculdades trabalhem a temática com os alunos, que as empresas evitem a discriminação na contratação de pessoas obesas, e ainda estimulem e exigem o respeito na relação no ambiente de trabalho.

Já quanto às vítimas de gordofobia, a orientação é não sofrer sozinhas, levem os fatos ao conhecimento das autoridades, da sociedade em geral, como fez a vítima da empresa de voo pelas redes sociais. Na escola/faculdade recorram aos professores e direção, no ambiente de trabalho, a seus encarregados, à Justiça do Trabalho nos casos em que figure como agressor superiores e/ou empregadores, na relação consumerista aos encarregados das empresas, aos órgãos de defesa do consumidor, mas, nunca aceite qualquer discriminação, seja, por qualquer situação, muito menos pela obesidade.    

 

 

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