Preto no Branco 29/08/2023

‘Cabaré’

Foi o que se viu ontem na primeira fase da reunião na Prefeitura, onde se discutia a paralisação no transporte coletivo da cidade. Ambiente para se prezar o diálogo, o  equilíbrio, pois era necessário chegar-se um acordo, virou uma gritaria, bagunça e empurra-empurra. A exemplo do que há tempos vem ocorrendo na Câmara, vereadores quase chegaram “às vias de fato”. Foram convidados a sair para que o debate fluísse de forma mais harmônica. Uma vergonha! Anteriormente, quando passávamos por outras cidades, ou Estados, ao falar de Divinópolis, muita gente dizia: Ah, a cidade do GTO, do Cleitinho. Agora, o conhecimento é por outro motivo, e bastante negativo. A cidade onde os vereadores se agridem verbalmente e até fisicamente em toda reunião e registram todas as intrigas e discórdias em vídeos. Aí não tem outra forma de responder, a não ser com uma frase usada na música cantada pelos sertanejos, Guilherme & Benuto com a participação de Simone Mendes.  “Aí eu vou falar o quê? 

Alerta 

Foi ligado na última quinta-feira, quando projeto de lei que aumentou as multas de trânsito em infrações cometidas pelas empresas que compõem o consórcio, de autoria do Executivo, foi aprovado. O Plenário da Casa lotado por motoristas, sindicalistas e outros profissionais para tentar convencer os vereadores de que são eles que pagam as multas, não foi suficiente. Apenas Flávio Marra (Patriota), Print Júnior (PSDB), Edsom Sousa (Cidadania) e Rodyson do Zé Milton (PV), votaram contrários à proposta. Os outros favoráveis foram vaiados, xingados e quase não conseguiram discursar. O resultado é que a turma saiu de lá “cuspindo marimbondo” e falando em parar. Como já houve ameaças não cumpridas anteriormente, Executivo e Legislativo não levaram muito em conta. A bomba caiu de novo no colo do povo, que amanheceu ontem sem transporte. Quem tinha dinheiro para ir de uber ou táxi conseguiu chegar ao trabalho ou à escola. Os demais ficaram rezando para a situação se resolver o mais rápido possível. E foi assim. Um total despreparo de ambos os lados.

Prazo 

Depois do caos durante a manhã, o sindicato que representa os profissionais, chegou a um acordo com a Prefeitura e deu um prazo para a retomada das negociações sobre as multas.  É provável que um novo projeto seja enviado à Câmara com algumas modificações. Menos mal. Mas, o fato é que não precisava chegar a este ponto se algumas medidas, ações e decisões fossem melhor avaliadas  e alguns agissem mais com a razão do que com suas preferências partidárias. A população não aguenta mais “pagar o pato” por consequência do amadorismo político, no entanto, precisa aprender a escolher melhor seus representantes. Ao contrário, vai continuar igual “barata tonta”. Rodar, rodar e continuar no mesmo lugar. 

Covarde

Além de covarde, o infeliz que enviou ameaças à deputada Lohanna França (PV), é criminoso. Na certa é um desses machistas por aí que só se enche de coragem  quando vai para trás de uma tela. Bem provável que se for colocado contra a parede por alguém, até “borra as calças de medo”. No email, o “machão” cita um projeto aprovado pela deputada recentemente na Assembleia Legislativa de Minas (ALMG), o que instituiu a “Semana da Maternidade Atípica”. Na sua visão apequenada, a proposta promove “irresponsabilidade feminina”, motivo pelo qual a parlamentar teria “sangue de crianças inocentes” em suas mãos. Talvez, além de lhe faltar coragem para aparecer, falte também um QI a mais para lhe possibilitar melhor interpretação. Isso, se não for proposital para tentar frear as iniciativas da parlamentar, que, são muito boas e pontuais, diga-se de passagem. 

Segurança? 

E mesmo prestando queixa na polícia, a situação começa a ficar preocupante. Lohanna é a sétima parlamentar a denunciar ameaças de morte e estupro corretivo em email institucional. O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Tadeu Martins Leite, garante que todas as forças de segurança, internas e externas, já foram acionadas. O governador Romeu Zema (Novo) também se pronunciou e promete não medir esforços para encontrar os criminosos com intensas investigações da Polícia Civil (PC). E precisa ser assim mesmo. Não é segredo que nesse meio onde “vale tudo” pelo poder, quem tem coragem de falar a verdade e age contra o sistema corre sérios riscos. O caso Mariele Franco exemplifica bem situações semelhantes e mostra que esperar para tomar as devidas providências, pode ser tarde demais.   

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