Conheça o vereador que pode substituir Print Júnior na Câmara

Bruno Bueno

O afastamento temporário do vereador Eduardo Print Júnior (PSDB) pegou muitos divinopolitanos de surpresa. A saída se deu após decisão da Justiça, que aponta o descumprimento de ordens judiciais no desenrolar da investigação sobre possíveis casos de corrupção na aprovação de projetos na Câmara. O gancho, segundo o próprio parlamentar, é de 180 dias.
Rodrigo Kaboja (PSD) foi afastado no começo do ano e substituído, até o fim das investigações, pelo suplente Breno Júnior (PSD). Agora, quem aguarda a oportunidade para assumir a próxima vaga é Cesar Tarzan (PSDB).
Novo vereador?
Cesar Tarzan já foi vereador, eleito em 2016 com 1.672 votos. Em 2020, teve 1.046 votos e não conseguiu a reeleição. Em 2023, o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) inocentou o ex-vereador e arquivou o caso.
Ao Agora, ele comentou sobre a possibilidade de assumir o cargo.
— O que estou sabendo é somente pela imprensa. Nem o partido, nem a Câmara foram notificados sobre essa situação. Por isso, irei aguardar tranquilamente, sem ansiedade, o desfecho dos fatos — afirmou.
Cesar pode assumir no quarto mês do afastamento de Print, caso ele não retorne. Sendo assim, a Câmara pode ter o quadro completo de vereadores em fevereiro. Ele disse estar pronto para o desafio.
— O compromisso quando a gente coloca o nome é esse. Minha obrigação é assumir e continuar o trabalho sempre pensando no melhor para Divinópolis — salientou.
Entenda
O Ministério Público de Minas (MPMG) deflagrou, no dia 25 de maio, a operação Gola Alva, que tem o objetivo de combater crimes de corrupção ativa e passiva na proposição/aprovação de projetos de lei de alteração de zoneamento urbano municipal.
A denúncia que deu origem à investigação foi apresentada pelo prefeito Gleidson Azevedo (PSC) após relatos de empresários e desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Regional de Divinópolis e pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, com o apoio das polícias Militar e Civil.

Seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos na cidade. Kaboja foi afastado do cargo de vereador e Print Júnior da função de presidente da Câmara. O caso ganhou notoriedade municipal, regional e estadual.
Afastamento
Eduardo Print, no entanto, confirmou em nota que foi afastado momentaneamente do cargo. Segundo o parlamentar, o MP alega que ele descumpriu duas ordens judiciais.
Apesar de afastado da presidência, Print se sentou no local destinado aos membros da Mesa Diretora. O vereador confirmou o fato, mas rebateu as acusações.
— O lugar onde me sentei nas reuniões era o único disponível quando do meu afastamento da presidência. (…) Não participei de nenhuma decisão administrativa da Câmara desde meu afastamento, porém a decisão judicial não me ordenou que não tivesse assento ao lado desse ou daquele vereador (…) — explica.
Além disso, ele enviou mensagens de WhatsApp a um empresário que também é citado na investigação. No entanto, Print alega que o teor da conversa foi outro.
— O assunto foi única e exclusivamente sobre o Guarani Esporte Clube, dado que ele é presidente do clube e eu, na condição de conselheiro do Guarani, fiz perguntas relacionadas ao jogo no estádio Waldemar Teixeira de Faria — completa.
Criticou
Print disse estar surpreso e indignado com as justificativas. Em nota, considera que são “injustas e não condizentes com a realidade”.
— Embora eu ainda acredite na Justiça apesar de tudo, reitero minha discordância dessa decisão, que acredito ir contra todos os fatos já apresentados, uma vez que não cometi nenhuma irregularidade e as autoridades estão cientes disso — acrescenta.
O parlamentar ainda informou que seu corpo jurídico já trabalha para esclarecer os fatos e “provar sua inocência”. Reiterou que vai continuar lutando pelo futuro e desenvolvimento de Divinópolis. Por fim, declarou, mais uma vez, ser inocente.
Posicionamentos
O chefe de Comunicação da Câmara de Divinópolis informou que o Legislativo ainda não foi provocado e, por isso, não vai se pronunciar até o momento.
— A Câmara ainda não foi acionada pelo Poder Judiciário e não recebeu nenhuma notificação judicial ainda oficial sobre essa questão do Eduardo. Então, sem essa notificação dele, a gente não vai se pronunciar, até pela questão do procedimento mesmo. Sem novidades. Então, assim que tiver algum posicionamento, a gente deve soltar uma nota — explicou.

O Ministério Público foi questionado pela reportagem e informou que, pelo processo correr em sigilo, também não vai se pronunciar.

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