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Editorial: Tudo igual 

by JORNAL AGORA

Nesse exato momento, se você tirou um tempo do seu dia para parar e ler um jornal, sem dúvida, você é um privilegiado, mas não deve se lembrar que também, hoje, há quatro anos o pânico, o caos começava a se instalar no Brasil por causa da covid-19. No dia 8 de março de 2020, o Ministério da Saúde (MS) confirmava o primeiro caso de coronavírus em Minas Gerais, e se tratava de uma moradora de Divinópolis, que estava retornando de uma viagem da Itália. No mês seguinte, a primeira morte, e daí por diante o medo tomava conta de tudo. Sem saber ao certo o que fazer, o que esperar do futuro, se este futuro chegaria, junto a muita desinformação, a humanidade se virou. Depois de quase um ano inteiro de medo, de insegurança, de perdas, sequelas, tratamentos, mutações, números e mais números, enfim a esperança veio. A vacina. Ela chegou. Um pouco tardia para uns, mas ainda a tempo de salvar milhares de vidas. Mesmo que o negacionismo, as fake news quisessem marcar território, a verdade prevaleceu, e aos poucos a vida pode ser retomada. 

Hoje, quatro anos depois, quando a vida pode ser vivida, e os pulmões podem se encher de ar sem medo, a sensação que se tem é que tudo não passou de um pesadelo. Mas, a verdade é que além de real, para uns, esse caos instalado pela pandemia da covid deixou marcas irreversíveis e irreparáveis. Pessoas queridas se foram, e deixaram lacunas enormes em milhares de famílias. E, claro, se você é um dos privilegiados que neste momento está sentado e lendo este editorial, deve-se lembrar claramente daquela ideologia que o coronavírus tinha vindo para ensinar a humanidade sobre amor, amor ao próximo, sobre o quanto os humanos são frágeis e “passageiros”, e sobre o quanto a vida é curta. Quatro anos depois, pouco mais de três anos depois do início da vacinação, e da volta da normalidade, a pergunta é: o que de fato a humanidade aprendeu? Alguns parecem simplesmente não ter aprendido quase nada, ou absolutamente nada. Bastou a vacinação em massa “fazer efeito” para que vida voltasse a ser acelerada, para que o tempo fosse escasso, para que todas as supostas lições tiradas durante aquele período difícil que foi enfrentado. 

Tão triste quanto ver aqueles números de óbitos, de contágios, da falta de leitos, da busca incessante por respiradores, é ver que enfrentando o caos, o terror, o pânico, o medo, pouco ou quase nada evoluiu. A humanidade segue do mesmo jeito, egoísta e hipócrita. Andando a passos largos no caminho do “cada um por si e Deus por todos”. Essa é a triste realidade do mundo pós pandemia. Vidas foram perdidas, pessoas ficaram com sequelas, o direito de ir e vir foi restrito por um período, mas parece que nada foi capaz de fazer com que a humanidade evoluísse. Os sobreviventes do caos seguem voltados para os seus próprios umbigos, seus   seus interesses, suas convicções, apenas seguindo por caminhos cheios de espinhos, que indicam não ter bons frutos. Tudo segue exatamente igual de antes do dia 8 de março de 2020. Cada em seu papel. Cada um no seu lugar. Tudo igual.

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