Quando o amor nasce?

“O amor pode nascer da convivência”, diz Machado de Assis.  Mas a verdade é que não basta razão para amar, o coração adormecido precisa ser despertado. A convivência não pode deixar o coração sonolento. No tocante ao amor, tudo que não é um sim evidente é um provável não evidente. Tratar alguém com zelo é preparar um estado de felicidade, é transformar o receio desse alguém em felicidade. Por isso é tão importante ser um encantador de alto padrão. Entregar mais que o esperado. Diante desta verdade, não é coerente comparar o que você está vivendo com o que você viveu, ou comparar o que você viveu com o que não foi vivido, mas ciente do que ainda pode viver. 

Equilíbrio 

Então posso indagar, o que pode ser mais leve, feliz e profundo? O raso não atrai, é fugaz e não tem consistência. Sofrer na vida é inevitável. Aprender a lidar com o sofrimento é aprendermos sobre o equilíbrio. Existem pessoas que possuem na boca “um esgoto a céu aberto”, externa o que está inflado no seu coração. Se abster de pessoas assim significa autocuidado. Cuidar da mente e do que você absorve é desenvolver o amor próprio. Quando uma pessoa se encontra presa onde não gostaria de estar, a tristeza, a angústia, vai se manifestar no físico. Cuidar da mente é respeitar o desejo ilícito do seu coração. 

Escolhas 

Uma pessoa interessada se torna interessante. A vida é mais leve quando ela inclui amigos e um amor consistente, baseado na amizade e no companheirismo. Já basta os traumas que muitos carregam da infância e da adolescência. A maior libertação desses traumas era vista pelos jovens como se a vida adulta fosse a salvação, quando na verdade a vida adulta traz demandas mais intensas e responsabilidades reais. A vida adulta é compromisso e responsabilidade, ela não pede licença aos seus traumas e nem os desvencilham do futuro, esse poder é dado a si mesmo mediante escolhas e decisões. Na obra O BANQUETE de Sócrates, ele fala que o amor busca aquilo que não têm, portanto, o amor busca o que é belo e bom.  As pessoas são encontradas quando elas emitem beleza e bondade.

Novo ciclo 

Mais propósito e menos propostas, mais mansidão sem frouxidão, menos atrasos disfarçados de atalhos. As pessoas não perdem nada quando sobem a régua, mas perdem quando diminui para caber na régua do outro. Um dilúvio pode ocorrer na vida de qualquer pessoa, mas o que vai definir a solidez da sua fortuna é a criação de barreiras à falta de sorte. Portanto, caro leitor, para você que se encontra em um novo ciclo, um aceno ao ontem, um abraço de construção desde hoje que chegou. Pois chegou o tempo de escrever uma nova história. 

 Por Flavia Moreira. Advogada, pós-graduada em Direito Público, Direito Processual Civil, pelo IDDE em parceria com Universidade Coimbra de Portugal, ‘IUS GENTIUM CONIMBRIGGE, especialista em Direito de Família e Sucessões, associada ao IBDFAM e membro do Direito de família da OAB/MG.

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