Os eleitores podem preparar, porque o tempo de “pastel na feira” está chegando. E, como todos sabem, em Divinópolis o que não faltam são feiras, e um povo carente por ouvir promessas, e sonhar com melhorias. Aliás, não apenas sonhar, mas acreditar que enfim o candidato certo, o salvador da cidade chegou e mudará tudo em segundos. Coloquem os pasteis para fritar, porque o tempo de andança, da busca desenfreada pelos votos está cada dia mais perto. O tempo de gastar a sola do sapato bate à porta, e todos sabem que do lado de lá existem eleitores ansiosos, ávidos por promessas que trarão a ilusão de quem um novo tempo, avanços e melhorias chegou. Para isso, basta acreditar, basta apertar aquele número mágico na urna. Sim! Diante este cenário a única certeza que se tem é que a esperança de que desta vez será diferente ficará apenas no campo da ilusão. O ritmo seguirá o mesmo desde a redemocratização do Brasil. De um lado, candidatos prontos para comer muito pastel na feira, e claro, tomar o bom e velho caldo de cana. Os ouvidos estão prontos para trabalhar e ouvir as lamurias da população. E, não menos importante, as promessas. Elas já estão na ponta da língua. Afinal, o que não faltam são problemas para serem solucionados.
Do outro, um povo carente, que grita por um “afago”. Que quer se encher de esperança de “agora vai”. Mas, o que muitos não se atentaram ainda, é que “no meio” disso tem algo crucial: a realidade. Sim. No meio dos pastel de feira, do caldo de cana, e dos desabafos dos eleitores, ela está lá, imponente: a realidade. Ela, que mostra dia a dia para a população que por mais que as promessas afaguem um pouco esta população tão cheia de esperança, a coisa não é bem assim. É preciso mais, muito mais, dos políticos e dos eleitores para que ela mude, e os tão sonhados avanços, as desejadas melhorias enfim cheguem. Como em uma orquestra sinfônica, é preciso que todos estejam alinhados em um mesmo propósito. Caso contrário, tudo seguirá no mesmo ritmo, com as vendas de pasteis e caldo de cana aumentando significadamente a cada dois anos. É claro, nítido e notório que o povo ainda prefere se iludir do que encarar a realidade. Mas, também, nessa mesma linha, é claro, nítido e notório que não é impossível fazer boas escolhas. Uma pitada do real já basta. Uma gotinha do “possível” já é suficiente para escolher candidatos minimamente empenhados. Que não ficarão apenas no raso.
O início do período eleitoral bate à porta, e falar sobre a responsabilidade que o eleitor tem é “chover no molhado”. Afinal, se Divinópolis está do jeito que está é porque um bom trabalho não foi feito nos últimos anos. Uma cidade que deixou de crescer há muito tempo, e acumula desordens. O pouco que foi feito apenas maquiou a realidade por um tempo. Mas como dois mais dois são quatro, o real sempre chega. Ele sobressai, passe o tempo que for. E, não há promessa capaz de mudá-lo. Ele está lá para lembrar que não tem pastel de feira, não tem caldo de cana, muito menos promessa que façam mudá-lo. Pois não há nada maior do que a verdade. Então, apertem os cintos, o jogo começou.