Especialista revela cuidados com a doença; cigarros eletrônicos podem potencializar as infecções
Ígor Borges
A tuberculose é uma doença respiratória que causa medo na população. O Dia Mundial que lembra a doença, foi celebrado no domingo, 24. A data reforça a visibilidade à luta contra a enfermidade, marcada pelo esforço dos órgãos oficiais da saúde em eliminar a doença como problema de saúde pública.
Mediante a essa temática, Divinópolis possui dados preocupantes. Entre 2017 e 2023, a cidade registrou 308 casos. Desses, 10 pacientes se tornaram vítimas fatais da tuberculose. Dos casos confirmados, 50,32% foram curados.
O Agora conversou com especialistas, que falaram sobre as formas de tratamento e quais os principais sintomas. Um dos principais alertas é a respeito do uso de cigarros eletrônicos.
Doença
O Agora conversou sobre o assunto com o especialista em fisioterapia cardiorrespiratória do Instituto SAF, Vitor Noronha, ele explicou que a tuberculose é uma infecção causada pela bactéria Mycobacterium Tuberculosis.
Ele ainda completou dizendo que a pessoa ao entrar em contato com gotículas em suspensão que contém a bactéria por contrair a doença.
— Podem ocorrer três tipos de infecção, sendo a infecção primária, que raramente apresenta sintomas, porém os sintomas comuns que podem aparecer são febre baixa e fadiga; infecção latente, que não apresenta sintomas — explicou.
Por fim, ele alertou para os sintomas da tuberculose pulmonar ativa, último estágio da doença.
— Os sintomas são a tosse que pode evoluir de forma lenta e apresentar uma coloração esverdeada ou amarelada, sudorese noturna (suor à noite), acompanhado ou não de febre. Em alguns casos, a pessoa pode ter falta de ar com dor no peito — salientou.
Data
O Dia Mundial de Combate à Tuberculose traz à tona a relação direta com a pobreza e com a vulnerabilidade social. Como consequência, condições precárias de higiene, saúde e moradia colocam grupos específicos em maior risco de exposição à doença. Indígenas, pessoas privadas de liberdade e em situação de rua acabam sendo as populações mais afetadas, junto com as pessoas com Aids.
Divinópolis
De acordo com dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), já são 308 casos de tuberculose entre 2017 e 2023. Destes, 155 já foram curados da doença. A maioria dos casos é registrada em pessoas de 30 a 59 anos, ou seja, população adulta.
Dois dados que preocupam são em relação ao tratamento da doença. As estatísticas apontam que 202 pessoas com tuberculose não tiveram tratamento devidamente observado pela Semusa. Além disso, 21% dos pacientes abandonaram a intervenção médica.
A maior incidência da tuberculose ocorre em homens, com 236 casos. Nove dos dez óbitos registrados no período foram em pessoas do sexo masculino.
Dos fatores agravantes da doença, 101 estão associados ao tabagismo e 81 ao alcoolismo.
Tratamento
O diagnóstico logo no início dos sintomas e o acompanhamento do paciente pelas equipes de saúde são estratégias para identificar as fontes de infecção e descontinuar a transmissibilidade na rede de contatos. A adesão ao tratamento é um fator importante para garantir a cura e barrar a cadeia de transmissão devendo ser seguido corretamente.
Vitor ainda diz que existem alguns fatores que necessitam de atenção especial, pois podem agravar a doença.
— Doenças que comprometem a imunidade celular como a HIV, diabetes, câncer de cabeça e pescoço podem ajudar a reativar a infecção caso a pessoa entre em contato com a bactéria — completou.
A recomendação do especialista é que, em caso de sinais ou sintomas, é necessário que a pessoa busque uma unidade de saúde próxima a sua casa.
O tratamento é realizado com antibióticos e medidas de isolamento para prevenir a transmissão, podendo incluir isolamento respiratório.
— A hospitalização de um paciente ocorre quando apresenta uma doença concomitante grave, necessidade de procedimentos de diagnóstico, necessidade de isolamento respiratório, como pessoas que vivem dentro de conglomerado onde a frequência de pessoas não expostas previamente — pontuou.
Ele reforça que existem diversos programas de saúde pública para acompanhar a pessoa a fim de assegurar a adesão do paciente.
Cigarros eletrônicos
Vitor alerta que os jovens que utilizam cigarros eletrônicos estão mais suscetíveis a contraírem as bactérias de doenças respiratórias.
— Os usuários de cigarro eletrônico podem apresentar a longo prazo processo inflamatório nos pulmões, lesão pulmonar, tosse, dispneia (falta de ar) e baixa imunidade, deixando o indivíduo suscetível a agentes infecciosos — ressaltou.
Foto: Reprodução
Legenda: Vitor Noronha fala sobre os riscos que podem culminar na doença
Foto: Reprodução/Governo Federal
Legenda: Tabagismo é um dos principais agravantes da tuberculose
