Mais uma 

Mais uma novela está prestes a começar no Brasil. E, engana-se quem acha que será exibida na Globo, no SBT, na Record ou em outra emissora de TV. Essa novela é a da vida real, e por sinal, tem capítulos perigosíssimos que afetam a coletividade. O nome dessa novela é nada mais, nada menos que: vacinação contra a gripe. O Ministério da Saúde antecipou a Campanha Nacional neste ano, que é tradicionalmente realizada em todo o país entre os meses de abril e maio, devido ao aumento da circulação de vírus respiratórios no país. E é justamente neste ponto que se inicia a novela, que já é conhecida. Em Minas Gerais, a ação já está a todo vapor. As doses já foram distribuídas para as Regionais de Saúde, e no último sábado, foi realizado o já famoso “Dia D”para incentivar a população a se vacinar, uma vez que a imunização tem como objetivo a redução das complicações, internações e a mortalidade decorrentes das infecções pelo vírus. Porém, como já é de praxe no Brasil, tem vacina disponível, ter meios para se proteger, nem sempre significa que o povo irá aderir. 

Entra ano, sai ano, vem dengue no fim de um ano para início do outro, pessoas lotam os corredores dos hospitais, os laboratórios, as unidades saúde, outras evoluem para óbito, e nada, absolutamente nada muda. Apelos são feitos pelo poder público, para que a população se conscientize e limpe o seu quintal. Não existe campanha no mundo capaz de fazer com que o povo se torne consciente e mude de postura. Pode sentar e esperar que no fim deste ano, a não ser que a vacina contra a dengue já tenha surtido efeito, o caos será exatamente o mesmo. É matemática. Fato. Não tem como sair de um ciclo se não há mudança de comportamento. Como disse Confúcio: “Se queres prever o futuro, estuda o passado”. Um ano acaba, outro começa e agora é vez da novela da vacinação contra a gripe. As campanhas de conscientização sobre a segurança da vacina, porque agora os governantes também precisam combater as fake news sobre imunização, sobre a importância de se vacinar estão por todos os lados, mas pode sentar e esperar que a novela vai ser a mesma. Governantes implorando para que a população se vacine, e evite o pior. Assim como foi com a dengue, assim como foi com a covid. Um ciclo vicioso sem fim. 

E, é justamente neste ponto que a descrença bate. Afinal de contas, o mesmo povo que pede melhorias, que pede mudanças, que é contra a corrupção, que está pronto para militar nas redes sociais, ou no seu convívio, é o mesmo que não muda. Que segue com as mesmas posturas de seus pais, seus avós… É o mesmo que se acomodou, e não está aberto ao entendimento, ao coletivo, à democracia. A situação chega a ser preocupante, pois se tais posturas afetassem apenas os indivíduos que querem se manter assim, tudo bem. Mas, não, o coletivo está envolvido, e em alguns casos inocentes pagam pelos pecadores. E, como disse Confúcio, não é preciso muito para saber o que espera os brasileiros com a chegada das baixas temperaturas. O futuro é logo ali. Já está batendo à porta.

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