Preto no Branco: Interlocução na Saúde 

Não resta dúvida que a Saúde é o principal gargalo dos governos, seja ele municipal, estadual ou federal. Nenhum recurso é suficiente para uma demanda gigantesca, principalmente pela falta de investimento na saúde primária. O que gera graves consequências na secundária e terciária. Os mais prejudicados acabam sendo os municípios que muitas vezes não tem a contrapartida necessária, ou conta com gestores ineficientes. Neste sentido, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou ontem, a audiência pública com o objetivo de reforçar sua interlocução com os secretários municipais de Saúde e com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems). Diálogo importante, pois é onde realmente “o calo dói”. Onde tudo acontece e precisa de uma atenção especial, visto que se der errado nos municípios, as consequências sobram para todos, em especial, o dilema das internações, principal problema atual. 

Frente parlamentar 

Durante o debate foi lançada a Frente Parlamentar em Defesa das Secretarias Municipais de Saúde do Estado. De acordo com o deputado Lucas Lasmar (Rede),  o objetivo foi debater os atuais desafios enfrentados pelos secretários municipais de Saúde. Informações do gabinete do deputado mostram uma pesquisa realizada pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) com 3.899 gestores municipais de saúde em todo o País e revela que esses gestores têm perfis diversos em termos de trajetória acadêmica, profissional e política. De acordo com a pesquisa, os principais desafios apontados pelos gestores incluem a capacitação das equipes de gestão municipal e o uso de indicadores de saúde no planejamento. Se em outros setores, planejamento é tudo, imagine na saúde, onde um pequeno deslize pode ser fatal? 

Mais uma 

Quando se trata de saúde e a seriedade que o assunto exige, nunca é demais prevenir, pois no Brasil tem sido assim: ameniza uma pandemia, entra uma epidemia, que vem seguida de um surto… Agora, a dengue ainda está no seu auge, transitando para o período de doenças respiratórias, e não é que aparece outra situação preocupante no meio? O Ministério da Saúde confirmou neste fim de semana o primeiro caso de cólera autóctone – que teve origem no local onde ocorreu o diagnóstico – dos últimos 18 anos no país. A doença foi confirmada em Salvador. O paciente não viajou para países com ocorrência da doença e agora está isolado. A doença havia sido registrada pela última vez em 2005. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a região africana é a mais afetada. Mas tinha que brotar por aqui para acabar com o resto de paz que o brasileiro ainda tem. O Ministério da Saúde destaca a importância da detecção precoce, investigação epidemiológica e medidas de prevenção e controle. Claro que a prevenção depende de saneamento básico, mas muito também da higiene pessoal e manipulação segura de alimentos. Mais uma vez, é hora da população fazer valer suas obrigações. 

Pode ser fatal 

A cólera, contraída por meio de uma bactéria transmitida pela água ou por alimentos contaminados, causa diarreia e vômito, que geram uma desidratação que pode ser fatal, principalmente em crianças. Nos últimos anos, houve uma explosão de contágios a nível mundial, com 473 mil casos em 2022, o dobro de 2021. Segundo dados preliminares, houve 700 mil casos em 2023. A OMS aprovou uma versão simplificada de uma vacina oral contra a doença infecciosa, para aumentar a produção e enfrentar o aumento do número de casos. A aprovação aconteceu na última sexta-feira. E que venha rápido!

132 ano de história 

Impossível saber da origem de um povo, dos acontecimentos de um Estado, país se a história não for contada e, principalmente, registrada. É o que faz o Diário Oficial  de Minas Gerais que completa 132 anos. Totalmente eletrônico desde 2019, o periódico concentra informações importantes para os mineiros que amam esse lugar. Lançado no centenário de morte de Tiradentes, em 1892, o Diário Oficial  fez aniversário neste domingo, 21. Temas de relevância nacional estamparam as páginas do jornal ao longo dos anos, como a visita dos reis da Bélgica, em 1920, e quando foi escolhido o local para construir a Cidade Administrativa, em 2006. E, se antes as edições antigas do periódico só poderiam ser acessadas pessoalmente da Biblioteca Pública Estadual, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, desde março de 2019 qualquer pessoa pode ter, na palma da mão, de qualquer lugar  do mundo e de forma gratuita, acesso ao que foi notícia no estado desde o século retrasado. Uma viagem linda no tempo que vale muito a pena conhecer. Afinal, sem passado, não há presente. 

Related posts

Difícil escolher 

O que dizer? 

Entrevistas