Ouvi dizer que os nobres entregam seus tesouros, e não é pelo tesouro que a pessoa se torna nobre e sim porque a nobreza está na entrega. Isso, chamo de sabedoria.
Quando você entende que a vida precisa ser compartilhada, também compreende que ter tesouro não tem nomenclatura, mas percebe que somos imãs e prosperidade atrai prosperidade, alegria atrai alegria, saúde atrai saúde. Portanto, você precisa ser cauteloso com o que está guardando.
Qual fonte?
Vivemos tempos difíceis, os países não estão se comunicando, a terceira guerra é iminente. E assim caminha o mundo. Salomão, o homem considerado o mais sábio da Terra, declara em PV 10:14 que o sábio retém, guarda, abraça a sabedoria, ou seja, não fica preso à amargura, retaliação, ódio, inveja, mágoa. O insensato sempre tropeça. Quantas pessoas perderam um bom negócio por falar demais? Algumas perderam o amor da sua vida porque falaram o que não devia, ou seja, usam a própria boca para destruir.
A boca deve ser usada para prosperar e não se arruinar. Com a boca você declara o seu amor por alguém e também se junta ao amor da sua vida. Da mesma boca não pode sair água doce e água amarga, então você tem de decidir qual fonte sairá da sua boca e para isso você precisa dominar o que tem na sua mente.
Crítico consciente
Quem acolhe a disciplina (guarda, recebe, protege) ela sinaliza e mostra o caminho da vida. Afinal, nenhum conflito termina bem. Portanto, se você ignora a repreensão você provavelmente desviará, se desencaminhará do certo. Oitenta e seis por cento do que você registra na sua mente vem do que você ouve e vê, para isso você precisa ser um crítico consciente.
Abundância e escassez
Falar muito leva a cometer erros, as escrituras sagradas, diz que até o tolo quando se cala, se passa por sábio, por isso o temor é tão importante. A Palavra também afirma que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria. O que seria o temor? Temor não é ter medo, temor é não desejar e não ter coragem de magoar alguém por receio de ver aquela pessoa abatida. É não ter coragem de iniciar uma guerra com quem você ama. É não ter coragem de afrontar o que machuca o outro. Tudo isso gera uma vida abundante e sem escassez, afinal, viver na escassez não é normal, ela pode até ocorrer em dado momento da vida, mas deve ser temporária. A escassez não é destino, já a abundância é para quem sabe repartir. Somos destinados a prosperar, isso tem a ver com quem você vive e com quem você fala. Daí você tem vida emocional saudável para levar saúde ao próximo. Portanto, tenha nobreza, seja gentil e nunca se esqueça de que ser nobre pode ser o início que transforma a escassez em prosperidade, a mediocridade em magnificência e assim mudar o destino.
Nobreza e sabedoria
Termino esse texto falando e rememorando sobre a esperança que é uma realidade muito mais pujante e necessária do que imaginamos, do ponto de vista Divino. Ela é muito mais elástica, muito mais bela do que em geral conseguimos entender que ela seja. Esperança é muito mais que otimismo. É oxigenação da alma, dos sonhos, é dízima periódica do milagre, é a ressurreição antes dela, é a guerra da alma contra o “apesar de tudo”, é a vitalização das nossas convicções. É o lado psicológico da fé. Porque falo isso? Deus nos ensina sobre esperança, temperança e nobreza quando a vida tem cara de atraso, basta sentarmos na escola da disciplina e buscarmos a nobreza da sabedoria.
Por Flavia Moreira. Advogada, pós-graduada em Direito Público, Direito Processual Civil, pelo IDDE em parceria com Universidade Coimbra de Portugal, ‘IUS GENTIUM CONIMBRIGAE, especialista em Direito de Família e Sucessões, associada ao IBDFAM e membro do Direito de Família da OAB/MG.