Da ancestralidade à Divindade 

Lara Ordones

O racismo é uma mazela histórica que ainda dói na construção social do povo brasileiro. Ao longo dos séculos, a escravização e o preconceito contra povos negros fizeram com que o racismo se entranhasse nas estruturas comportamentais do dia a dia da população. A proibição de crianças negras em escolas de ensino básico já fez parte, inclusive, de leis constitucionais em nosso país. Como resultado, hoje, séculos após a abolição da escravidão, a educação oferecida às crianças ainda não contempla todas as contribuições afrodescendentes na construção da cultura brasileira e, por isso, tão pouco bem acolhe os alunos negros de maneira empática.  

Tais incômodos levaram o professor e escritor Bruno Rodrigo a se tornar, como ele próprio se determina, um professor antirracista. Em suas aulas de língua portuguesa na rede pública, sempre busca apresentar aos estudantes escritores e escritoras negras histórias que remetam à africanidade. 

Em 2023, surgiu a possibilidade de ampliar estes trabalhos dentro das escolas, por meio de um projeto aprovado e patrocinado pelo Fundo Estadual de Cultura (FEC), dentro do Edital Afromineiridades, para realização do projeto “Da ancestralidade à Divindade – literatura infantil como meio para o empoderamento feminino”. 

Execução do projeto

Em 2024 chegou a vez de executar este projeto e 4 escolas públicas de Divinópolis já foram contempladas, recebendo palestra show, contação de histórias, doação de livros, musicalização e uma de conversa com temática africana para alunos e professores. Em cada escola visitada, juntamente com o proponente do projeto participaram as jornalistas Ana Paula Silva e Ana Fabrícia Silva, a empresária e professora de inglês Júnia Graziella e a sindicalista e ativista do movimento negro Maria Catarina Laborê. 

Todas estas mulheres negras, empoderadas e que têm representatividade social foram levadas para dentro das escolas, para dividir suas experiências com a meninada. O objetivo destas participações foi trabalhar a visibilidade negra e a autoestima das meninas pretas que frequentam as escolas públicas. Cada escola visitada recebeu 2 exemplares do livro “Oyá – a menina que conquistou ventos”, obra infantil escrita pelo próprio professor Bruno e a essência do projeto. 

Roda de Conversa

A culminância do projeto se dará com uma grande roda de conversa no dia 10 de maio às 18h no Espaço do Bem te Conto. Além das 4 participantes já citadas, que trarão para a conversa suas experiências dentro das escolas com a meninada, a roda contará com a ilustre presença da deputada estadual Macaé Evaristo, parlamentar que traz a educação antirracista como uma das suas pautas principais de trabalho. A entrada será gratuita e sujeita a lotação máxima de participantes. 

Contrapartida

Todos os projetos culturais patrocinados pelo FEC, promovidos por meio de verbas públicas, devem oferecer uma contrapartida social. Neste caso não é diferente. A contrapartida será uma oficina intitulada “ DESCOMPLICA A LEI 10639/203 para 30 professores da rede pública e demais interessados, totalmente gratuita. Então fique de olho. Em breve, as inscrições estarão abertas!

Contato

Para saber mais sobre o evento e garantir a participação no evento no próximo dia 10, entre em contato com a produtora, Cris Silva: (37) 998079566 ou pelo Instagram @bem.te.conto. O Espaço do Bem te conto fica localizado na Rua Espírito Santo, 1435 – Sidil. Imperdível!

Anote aí…

Neste sábado, 11, às 18h, no Teatro, o ‘Grupo Corre Coxia’ apresenta o espetáculo “A pequena Sereia” com a adaptação e direção de Gabriel Fernandéz. Ingressos antecipados a R$30. 

Mais informações no Instagram @grupocorrecoxia

Related posts

Cine Clube – Trem Bão de Minas exibe três curtas nesta sexta

Divino Tablado oferece oficinas de teatro

Sábado tem ‘Hora do Conto’ especial