Inacreditável como o brasileiro continua agindo no “efeito boiada”. Basta surgir uma informação, mesmo que não se tenha certeza se é totalmente verdade, pronto. Vai todo mundo atrás, fazendo a mesma coisa e o pior, sem pensar, como sempre, no próximo. A bola da vez agora é a possível falta de arroz no mercado, devido à catástrofe climática no Rio Grande do Sul. Logo na primeira notícia, os bandos correram para o supermercado para estocar o produto. Gente acostumada a comprar um pacote de 5 kg, levando 6. O importante é se garantir. Mais uma vez, “o próprio umbigo” prevaleceu. E as outras pessoas? Quem não tem condições de adquirir essa quantidade? Se caso, vier a faltar, vão ficar sem? É a tal da empatia, bonita na boca da maioria, mas na hora do “vamos ver”, é esquecida?
Usurpadores do povo
O Rio Grande do Sul é o maior produtor e distribuidor de arroz do Brasil, isso é fato. No entanto, apesar das consequências sem precedentes com a chuvarada no Estado, essa situação não vai durar para sempre. Além do mais, antes dela, já havia uma enorme produção distribuída para diversos Estados do país. Sem contar que, alguns pontos municípios do RS não foram atingidos, e ainda não se sabe se são produtores e existe arroz armazenado. E ainda: o governo federal já afirmou que, caso necessário, irá importar o grão para não faltar nem encarecer. Porém, os aproveitadores do sofrimento dos outros usam o momento para alardear pânico e encarecer o produto que já “está pela hora da morte”. O nome disso é “usurpadores dos pobres”.
Disputa política
E o aparecer e tentar tirar proveito do sofrimento do outro, extrapola todos os limites do que o ser humano é capaz. De um lado, a disputa entre os chamados direita e esquerda no Brasil, que transformam a tragédia em disputa política. Isso já de olho lá em 2026. Dou outro, os que fazem de tudo e um pouco mais, com os mesmos interesses, mas pensando em outro ano: 2024. Haja vídeos, sugestões, campanhas e ações. Afinal, outubro está logo ali. Além de vergonhoso, uma aberração diante dos olhos de Deus, tais práticas. Mas, se tem uma coisa que não falha nessa vida, é a lei do retorno. Pode demorar, mas ela vem, e costuma não deixar barato. Fica a dica!
Heróis de verdade
Ainda bem que, mesmo em extinção, ainda tem os bons de verdade. Sem aparecer, sem deixar que “a mão esquerda saiba o que a direita está fazendo”, arregaçam as mangas e fazem de tudo para tentar amenizar a dor dos gaúchos. São os voluntários de diversas profissões e a própria população das cidades que não foram afetadas, e se desdobram para dar o seu melhor. Muitos são invisíveis à visão humana, mas são eles os verdadeiros heróis. Sem querer comparar é claro, com os policiais, bombeiros, integrantes da Defesa Civil, Marinha… Estes têm todo suporte e equipamentos adequados, e são cruciais, “nesta guerra”. Mas, aqueles que mesmo sem ter nada disso e arriscam suas vidas para salvar outras, são incomparáveis.
PM mineira
E não dá para deixar de falar da Polícia Militar de Minas Gerais, considerada a melhor do país, apesar de o governador Romeu Zema (Novo), não reconhecer. O comando enviou 35 militares e vários veículos para apoiar as ações de resgate e policiamento no estado gaúcho. São 22 militares do Batalhão de Choque e mais 13 da PM do Meio Ambiente, junto a viaturas, barcos e equipamentos que vão apoiar as forças de segurança locais em ações de resgate e policiamento nas cidades atingidas pelo aguaceiro. Quem sabe depois disso, Zema não se compadeça e dê o reajuste prometido à corporação? Ninguém é obrigado a prometer, mas feito isso, cumprir é obrigação.
