O Rio Grande do Sul está vivendo a maior tragédia de sua história e se de um lado está recebendo a solidariedade de pessoas, órgãos e governos de outros Estados da federação e de várias partes do mundo, do outro, infelizmente, não falta quem demonstra não ter a menor sensibilidade. É gente compartilhando imagens dolorosas com o único intuito de atrair seguidores e curtidas, é disseminação de notícias falsas, é criação de falsos canais de ajuda e claro, não se pode deixar de mencionar as brigas entre políticos que nunca foram ao Estado nem a passeio. Tudo isso só atrapalha e mostra o quão pequenos conseguimos ser mesmo diante de uma tragédia. É cada vergonha!
Desastres Naturais I
Segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM), de 2013 a 2022, desastres naturais como tempestades, inundações, enxurradas e alagamentos atingiram 5.199 municípios brasileiros, o que representa 93% do total de 5.570 e que afetaram diretamente a vida de mais de 4,2 milhões de pessoas, que tiveram que abandonar suas próprias casas. O Poder Executivo dos municípios atingidos tiveram que fazer registros de emergência ou estado de calamidade pública. “O prejuízo em todo o país de danos em habitação, nesse período de dez anos, ultrapassa R$ 26 bilhões. E os municípios estão praticamente sozinhos, na ponta, para socorrer a população. Não há apoio para prevenção nem investimentos”, diz o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. Quando se consideram os prejuízos financeiros, os anos de 2020 a 2022 juntos representam 70% do total de perdas, ou R$ 18,3 bilhões. (Fonte Agência Brasil)
Desastres Naturais II
A Região Sul do país teve o maior percentual de casas afetadas: 46,79%. O prejuízo financeiro foi de R$ 4 bilhões. No Nordeste, foram 14,88% das habitações impactadas e prejuízo de quase R$ 16 bilhões. No Sudeste, o problema atingiu 20,98% das casas e custou R$ 4,3 bilhões. No Norte, o percentual foi de 16,33% e o impacto financeiro foi de R$ 1,7 bilhão. No Centro-Oeste, a taxa foi de 1%, com uma perda de R$ 122,3 mil. Segundo a CNM, a diferença no valor dos prejuízos pode ser explicada por um conjunto de fatores: custos relacionados à reconstrução, preços de terreno e do imóvel. No caso do Nordeste, que teve as maiores perdas financeiras, uma explicação é que os desastres provocados por chuvas atingiram principalmente municípios litorâneos turísticos. (Fonte Agência Brasil)
Desastres Naturais III
Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o país registrou o maior número de desastres naturais em 2023. Foram registrados 1.161 eventos, sendo 716 associados a ocorrências hidrológicas, como transbordamento de rios, e 445 de origem geológica, como deslizamentos de terra. Na média, foram registrados pelo menos três desastres por dia. O número supera os registros dos anos anteriores. Foram registradas 132 mortes associadas a eventos relacionados a chuvas, com 9.263 pessoas feridas ou enfermas, e 74 mil desabrigados. Em questões econômicas, foram gastos R$ 25 bilhões, somadas as áreas pública e privada. Além de mais de R$ 5 bilhões em obras de infraestrutura e instalações públicas e unidades habitacionais. Segundo o Cemaden, 2023 foi um ano peculiar em relação ao clima pelas transições do fenômeno La Niña para o El Niño. (Fonte CNN Brasil)
Alerta
Infelizmente aqui nas terras tupiniquins não temos por hábito aprender a lição e “Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo” (Santayana, 1863/1952). Conforme supracitado, no período de 2013 a 2022, o prejuízo com as perdas foi de mais de R$ 26 bilhões, sendo que somente nos anos de 2020 a 2022 foi de R$ 18,3 bilhões, ou seja, três anos representaram 70% do valor de dez anos. Somente no ano de 2023 foram R$ 30 bilhões. Resumindo, a conta só aumenta! Há falta de políticas de gestão urbana, habitação e prevenção de risco de desastres. Absurdamente, nos últimos dez anos, o investimento do governo federal foi muito baixo na área de proteção e defesa civil, mas isso não quer dizer que os municípios precisam ficar de braços cruzados. É de suma importância que os municípios fortaleçam as estruturas de defesa civil para que tenham condições de agir na prevenção e atuar rapidamente diante da iminência de um alerta.
Ademais, através do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID) é possível solicitar recursos do governo federal para serem usados para prevenção, resposta aos desastres, recuperação e reconstrução, sendo também possível registrar os desastres em tempo real e pedir que sejam reconhecidos a situação de emergência e o estado de calamidade pública.
Minas Gerais
Além de muitas enchentes com mortos e desabrigados, não podemos nos esquecer das tragédias em Mariana e Brumadinho que mataram 289 pessoas. Em janeiro/2024 a Justiça condenou a Vale do Rio Doce, Samarco e BHP com indenização de R$ 47,6 bilhões pelo rompimento da barragem de Mariana e cortou em 80% o valor das indenizações dos atingidos de Brumadinho. “Não sou contra o progresso, mas apelo para o bom senso.” (Roberto Carlos)
Enquanto isso
Assessores e comissionados passam o dia batendo boca nas redes sociais, principalmente no horário comercial. É para isso que são pagos?
Para fechar
Ah, a dengue continua fazendo vítimas e a saúde pública continua um caos. Ajudemos lá, mas não nos descuidemos cá!