Crimes sexuais : Guerra da Ucrânia

Numa quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022, começou a Guerra da Ucrânia. São muitos os horrores da citada guerra, mas esta colunista focará nos crimes sexuais que têm ocorrido desde então por soldados russos contra homens, mulheres e crianças ucranianas. Estupros coletivos, eletrochoques e espancamento de órgãos genitais, nudez forçada, revistas íntimas, insultos homofóbicos,  ameaças, violações a menores de idade diante de seus pais e todo um universo de perversidade e dominação engendrado pelas tropas de Putin desde o início da guerra. Um  parlamentar brasileiro, então deputado estadual pelo Estado de  São Paulo, Arthur Duval (UB), conhecido como “Mamãe Falei”,  teve o mandato cassado por falas sexistas e misóginas contra ucranianas e refugiadas.

Relembre o caso

O então deputado havia viajado para o Leste Europeu em março/2022, nas primeiras semanas da Guerra da Ucrânia. Em um grupo de whatsapp, um deslumbrado Arthur disse que refugiadas ucranianas “são fáceis, porque são pobres”. “E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas minas, em dois grupos de mina. É inacreditável a facilidade. Essas ‘minas’ em São Paulo você dá bom dia e ela ia cuspir na sua cara e aqui são super simpáticas”. Como resposta, além do repúdio da sociedade brasileira e também de órgãos internacionais, o deputado foi alvo de 21 representações por sua cassação por quebra de decoro parlamentar. A  Justiça Federal foi pelo arquivamento do processo movido por suposta prática de crime sexual e evasão de divisas.  O pedido de arquivamento partiu do próprio Ministério Público Federal e  a juíza federal do feito,  Fabiana Alves Rodrigues,  apontou não ter visto materialidade nas denúncias.  As ucranianas e as refugiadas agradecem!

Crimes sexuais : Conflito Israel-Gaza

Embora os conflitos naquela região sejam antigos, no dia 07 de outubro de 2023, num sábado, o Hamas rompeu a barreira entre Gaza e Israel. Foram  mortas mais de 1.400 pessoas em Israel, tornando este o ataque mais mortal de militantes palestinos desde a fundação de Israel em 1948. Um alto funcionário do Hamas afirmou que o grupo estava plenamente ciente das consequências do ataque a Israel, afirmando que a libertação palestina vem com “sacrifícios”. Os ataques não cessaram e somente no inicio deste mês em curso, ou seja, após sete meses,  que a ONU – Organização das Nações Unidas  – concluiu que há “motivos razoáveis para acreditar” que atos de violência sexual, incluindo estupro e estupro coletivo, foram cometidos durante os ataques do Hamas em Israel. Uma investigação do jornal americano The New York Times, ocorrida no início deste ano,  já havia mostrado que os ataques contra mulheres não foram acontecimentos isolados. “A comunidade internacional se atrasou em reconhecer que isso realmente aconteceu conosco”, disse a VEJA a enfermeira israelense Michal Elon, que veio a São Paulo em março, a convite da Hadassah Internacional, para lançar no Brasil a campanha #EndTheSilence, em defesa das mulheres israelenses violentadas, estupradas e assassinadas naquele 7 de outubro de 2023. “O Hamas usou o estupro como arma, como um sinal de poder, de que podiam fazer o que quisessem conosco. E o fizeram”, afirmou a enfermeira. (Fonte veja.abril.com.br)

Enquanto isso

As deputadas federais Fernanda Melchionna (PSOL), Talíria Petrone (PSOL), Luciana Genro (PSOL) e Jandira Feghali (PCdoB) que dizem defender os direitos das mulheres e que são ferrenhas defensoras da pauta feminista no Congresso Nacional, fizeram ouvidos moucos para os gritos das vítimas de crimes sexuais praticados pelo Hamas. Embora o  grupo terrorista ignore o que são direitos humanos e principalmente direito das mulheres que juntamente com crianças são tratadas como escravas, conta com o apoio de feministas brasileiras que se manifestam contra Israel, pois consideram o considerar o país de extrema-direita. Ah, na Palestina a  homossexualidade é  crime punido com a morte e o Hamas mata sem direito a qualquer defesa, mas movimentos LGBT do Brasil foram às ruas  defender a Palestina e  minimizar as ações do Hamas.

Então

Analisando a atitude do Arthur do Val, a postura das deputadas supracitadas e tantas outras feministas  e de alguns movimentos LGBT, a gente se pergunta se é insensibilidade, preconceito social, cegueira ideológica,  ignorância em seu mais alto grau ou tudo junto? 

Crimes sexuais : tragédia do Rio Grande do Sul

Dia 29 de abril de 2024 foi emitido o primeiro alerta do Serviço Nacional de Meteorologia, embora as cidades da região central do Estado já sofressem com fortes chuvas e granizo. A situação foi se agravando, mais áreas foram atingidas, com muitas mortes, desaparecimentos e pessoas feridas. São mais de 500 mil pessoas  desalojadas e mais de 80 mil pessoas estavam em abrigos, muitos improvisados. Além da tragédia climática, outra se faz presente: estupro de mulheres e crianças em abrigos. Quando os desabrigados começaram a ir para abrigos, logo apareceram as denúncias: mulheres e crianças estariam sofrendo violência sexual nesses locais de socorro. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul até sexta-feira passada já haviam sido presas oito pessoas por estupro em abrigos, mas as denúncias mostram que o número real de assédio sexual é muito maior. Foi necessária a criação de abrigos para mulheres e crianças, o que foi feito às pressas pelo governo e entidades humanitárias e de apoio à mulher.


Reflexão

Esta colunista citou casos recentes, mas desde que o mundo é mundo, em situações de conflito, seja lá de qual natureza for, a prática de crimes sexuais “é comum”. É instrumento de terror e de humilhação porque faz parte do ataque ao opositor.  Escravidão, mutilação, estupro coletivo, sodomização. A  nojenta e abjeta lista é grande! “The winner takes all” (O Vencedor Leva Tudo), diz a música do ABBA e infelizmente é o que ocorre.  Não justifica e nem explica dominar pela violência sexual, mas no caso do Rio Grande do Sul, faltam palavras para denominar esses seres. Precisa muito para entender que  há lugar somente para a solidariedade, respeito, empatia, jamais que enxergue  como situação propícia  para prática de crimes sexuais. “Quem é que vai pagar por isso?” Falhamos como seres humanos sendo o topo da evolução?  Será que  já é hora de torcer para o meteoro? Cai o pano!

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