Preço da gasolina sobe até 7% na cidade

Jorge Guimarães 

A escalada dos preços dos combustíveis sem anúncios oficiais da Petrobras tem preocupado os consumidores. Em Divinópolis, nos últimos dias, foi registrado um aumento médio de 4% nos preços da gasolina,  e em alguns postos, ainda mais acentuados, chegando a 7%.

Alta inesperada que começa a  impactar diretamente no bolso dos consumidores, afetando não apenas aqueles que dependem do transporte particular, mas também os setores que utilizam veículos como parte essencial de suas operações, como transporte público e logística.

Transparência

Para o economista Leandro Maia,  é preciso que os órgãos reguladores e as demais autoridades municipais estejam atentos a as variações de preços e investiguem quaisquer práticas abusivas que possam estar ocorrendo. Além disso, segundo ele, as medidas para promover a transparência nos preços e garantir a concorrência saudável no mercado de combustíveis são fundamentais para proteger os consumidores e os trabalhadores que dependem do transporte para o seu sustento.

— A ausência de anúncios oficiais da Petrobras sobre esses aumentos levanta questionamentos sobre os mecanismos de precificação e transparência do mercado de combustíveis. A falta de clareza e previsibilidade nos preços dificulta o planejamento financeiro dos consumidores e das empresas, gerando incertezas e instabilidade econômica. Além disso, tais aumentos podem ter efeitos cascata, elevando os custos de produção e transporte de diversos produtos e serviços, o que pode resultar em inflação e impactar negativamente a economia como um todo — avalia o economista. 

Preços

Segundo levantamento realizado, na semana passada, pela Agência Nacional do Petróleo, em sete postos na cidade, o preço médio da gasolina comum ficou em R$ 5,58, o mais baixo em R$ 5,37 e o maior encontrado estava sendo comercializado a R$ 5,79.  A reportagem fez um levantamento na última terça-feira, em cinco postos da cidade e constatou que o preço médio da gasolina girava em média de R$ 5,84, o mais barato encontrado foi de R$ 5,77 e o maior de R$ 5,99. Sendo registrado um aumento de 4%no preço médio da gasolina, em relação a pesquisa realizada pela ANP.

— O que resultou no aumento da gasolina nas bombas foi o aumento do custo operacional dos postos de gasolina. Para se ter uma ideia, o salário dos frentistas, que teve reajuste no fim do ano passado, só agora que estamos pagando retroativos à época, um aumento na casa dos 6, 97% e tem ainda os seguros do imóvel, dos veículos e dos próprios frentistas que também subiram na ordem dos 11%. Aí não tivemos como não repassar os aumentos para as bombas — explicou o empresário do ramo, Eduardo Print Jr. 

Para os consumidores, os aumentos vieram aos poucos e para quem tem carro flex, as opções  ficaram melhores.

— Tenho um carro flex, e assim pratico as minhas pesquisas de preços para saber qual combustível abastecer. E como viajo sempre, participo de um grupo de whatsApp com meus amigos de profissão. Assim fica mais fácil saber onde os preços estão mais em conta — disse o representante comercial, Geraldo Coimbra. 

Sindicato 

A reportagem consultou o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) para saber os motivos dos aumentos sem que a Petrobras oficializasse algum. A assessoria de comunicação respondeu por meio de nota.

— De acordo com dados da ANP, a variação de preços nas últimas quatro semanas, na cidade de Divinópolis foi de 0,3%. O Minaspetro não realiza monitoramento de preços e trabalha com dados oficiais dos órgãos competentes para aferição de preços no varejo. Ressaltamos ainda que o preço é livre e que os empresários têm total liberdade para calcular seus custos operacionais e estabelecer suas margens — ressaltou.

Trabalhadores 

Para os motoristas de aplicativo, os aumentos representam um desafio financeiro adicional, impactando diretamente o custo de transporte e o de vida em geral. Assim, os profissionais que operam em Minas Gerais estão enfrentando uma nova realidade financeira devido ao aumento dos preços dos combustíveis, principalmente em Belo Horizonte e região.

Neste sentido, estão recusando corridas abaixo de R$ 10 e visa garantir que os motoristas possam cobrir seus custos operacionais mínimos e, ao mesmo tempo, manter uma margem de lucro razoável.

— Essa orientação da entidade reflete não apenas as dificuldades econômicas enfrentadas pelos motoristas, mas também a necessidade de adaptar as práticas comerciais às condições do mercado — frisa o economista.

Inconveniente 

Embora a recusa de corridas abaixo de R$ 10 possa representar um inconveniente para alguns usuários, é importante reconhecer a realidade econômica dos motoristas de aplicativo e a necessidade de garantir que eles possam continuar a prestar seus serviços de forma sustentável.

— É crucial que as autoridades e as empresas de aplicativos trabalhem em conjunto com os motoristas para encontrar soluções que garantam um ambiente de trabalho justo e viável para todos os envolvidos. Enquanto isso, os motoristas continuarão a enfrentar desafios financeiros e a tomar medidas como essa para proteger seus meios de subsistência em meio a um mercado em constante mudança — finaliza Leandro Maia. 

Foto/ Jorge Guimarães

Placas nos postos de combustíveis exibem o aumento da gasolina 

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