Bastou o anúncio de que o Hospital Público Regional Divino Espírito Santo será universitário para que as redes sociais se encherem de comentários, vídeos e notas de repúdio. Como sempre, os “pais” da obra começaram a reivindicar a paternidade. Não é possível determinar o que é pior: a forma como o anúncio foi feito ou o jeito como alguns políticos reagiram, querendo a todo custo exigir os créditos para si.
A situação vem de encontro a aquilo que o Agora tem abordado constantemente em suas opiniões. Os interesses políticos e o individualismo estão acima das necessidades do povo. Para quem tem o mínimo de bom senso, dá repulsa ver na internet essa guerra de narrativas e as reivindicações de “eu que fiz”, “ele que fez”, “fulano é issso”, “fulano é aquilo”.
O cenário ultrapassa o desrespeito dos governantes com o povo. O Hospital Regional ainda é a esperança da população que não tem condições de arcar com um plano de saúde. Partindo da premissa de que o Sistema Único de Saúde (SUS) foi desenhado para funcionar de forma sistêmica, de nada adianta solucionar o problema da Unidade de Pronto Atendimento Padre Roberto (UPA 24h) se não há leitos hospitalares.
No fim das contas, as discussões, as exigências, os vídeos e as notas de repúdio publicadas só mostraram que definitivamente a política divinopolitana precisa amadurecer e muito. Não é possível sustentar essa situação por muito tempo. Afinal, uma cidade é feita de união, de ações em prol do povo, não de discursos que nada produzem.
Por aqui, o que a população precisa mesmo é da união de esforços para mudar esse cenário desolador da saúde pública da cidade, e não de “pais” em uma busca desenfreada por holofotes. Já está mais do que provado os prejuízos que não essa politicagem traz para o povo, mas essa polarização. Se fulano ou sicrano disse “isso ou aquilo”, quem é o pai ou a mãe da obra, não importa. O que importa é ter um hospital funcionando, um povo atendido, vagas na rede hospitalar, vidas salvas. Isso é importante.
O que mais estarrece é ver o quanto a população “joga esse jogo” e segue dividida, apaixonada, quando na verdade deveria cobrar união de esforços, e não espetáculos em redes sociais. E, há outro ponto importante a ser analisado: os candidatos. O anúncio do modelo de gestão do Hospital Público Regional escancarou a imaturidade de muitos, que já mostram quais serão suas linhas de atuação caso sejam eleitos. É preciso atenção. Os detalhes deste cenário mostram muito, e jogam “nas costas” do eleitor uma responsabilidade enorme. Afinal, o que Divinópolis precisa é de gente que faz, não de discursos imaturos, que não trazem desenvolvimento para a cidade. As eleições batem à porta e o dever de casa está cada dia mais próximo de ser entregue… É nos detalhes que o povo vai enxergar muita coisa.
