Coluna Adriana Ferreira 01/06/2024

De arraial a capital do Centro-Oeste

Nascida Paragem do Itapecerica em 13 de janeiro de 1767, ou seja, há 257 anos, teve vários nomes oficiais: Arraial do Espírito Santo da Itapecerica, Espírito Santo, Vila Henrique Galvão, Vila Divinópolis e finalmente Divinópolis. Mas dependendo da prosa, pode ser “Princesinha do Oeste”, “Cidade do Divino”, “Divinéia”, “Polo da Moda”, “Polo Industrial”, “Capital do Centro Oeste”.  De 1767 a 1841 pertenceu ao município de Pitangui / Comarca de Sabará, sendo um dos seus principais distritos. Daí até 1911 pertenceu ao município de São Bento Tamanduá (atual Itapecerica) até sua emancipação em 1911. Hodiernamente, a filha mantém uma relação de respeito, mútua cooperação com essas duas cidades, suas mães.


Polo Industrial

Em 1911 começou a industrialização com a chegada da Estrada de Ferro Oeste de Minas e a Ferrovia da Integração BH-Triângulo que impulsionaram o desenvolvimento da cidade, permitindo a instalação de indústrias siderúrgicas de aço e ferro. Com isso, houve a emancipação político-administrativa e durante décadas o setor metalúrgico deu o tom, atraindo pessoas de várias partes do país e do mundo, resultando no crescimento da cidade e novos negócios foram surgindo.

Polo da Moda

No final da década de 1970, início da de 1980, o setor metalúrgico sofreu uma derrocada, com milhares de demissões e a cidade viu que precisava se reinventar. Muitas empresas do setor faliram, alguns aguentaram firme, outros pegaram seu acerto rescisório e passaram a confeccionar roupas. Muitas pequenas, médias e grandes empresas surgiram e a cidade passou a abastecer o mercado interno e também a exportar para outras cidades, estados e países. A “Princesa do Oeste” se firmou como polo da moda. Mais pessoas embalaram os sonhos, atraídas pelas oportunidades que surgiam.

Polo Gastronômico

Novo milênio, novos desafios e queda no setor confeccionista. Vários fatores contribuíram para o enfraquecimento, mas o divinopolitano, seja da gema ou não, é forte, e daí, a cidade se viu como um lugar para apreciar uma boa comida.  E a mágica da cozinha aconteceu! Bares, restaurantes de comida mineira, japonesa, chinesa e até mexicana, pizzarias, cursos de gastronomia com chefs locais e de outras paragens, mais variedades de comidas entregues no conforto do lar,  encontros enogastronômicos, aulas-show e até concurso de comida de boteco.   E não parou por aí! A pandemia chegou e diante de tantas restrições, o negócio foi se reinventar  e a entrega de comida em domicílio cresceu de forma positiva, gerando novas oportunidades e garantindo empregos. 

Mas, porém, contudo, todavia

Claro que com o progresso, vieram os problemas, crescimento desordenado, surgimento de bairros sem a menor infraestrutura. A cidade que abriga mansões em condomínios milionários também abriga casas de lona, barracos de madeira, casas de programas governamentais invadidas, tudo isso sem condições de moradia, onde o princípio da dignidade humana passa longe. Em Divinópolis, para ir de Luxemburgo (país mais rico do mundo) a Burundi (país mais pobre do mundo) não leva nem uma hora. Realidades distantes e diferenças gritantes, a gente encontra por aqui! Um aviso: culpar Luxemburgo em nada ajuda Burundi.

Burundi

São mais de quatro mil pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. São filhos de Divinópolis e da falta de instrução, de planejamento, de orientação, de saúde, saneamento básico, segurança e,  sobretudo, da falta de esperança. Pessoas que nascem e crescem em um ambiente hostil, totalmente desfavorável. As políticas públicas ainda não são o bastante para mudar essa realidade. 

Polo Político

E voltando ao assunto dos polos, não se pode esquecer de que muitos políticos que aqui fizeram história nesse mais de um século de emancipação político-administrativa não são da gema. Atualmente se destacam o santiaguense Domingos Sávio (PL), a capixaba Lohanna França (PV),  o martinho-campense Eduardo Print Júnior (PSDB) e  a cajuruense Gleide Andrade (PT). 

Domingos Sávio

Dos nomes acima, uma menção especial ao ex-vereador, ex-prefeito, ex-deputado estadual e atualmente  deputado federal no quarto mandato, Domingos Sávio que tem perto de 40 anos de vida política em Divinópolis. São quatro décadas de dedicação à cidade. É na opinião desta colunista, um dos grandes  homens públicos, defensor da cidade e dos verdadeiros valores da nação, da  verdadeira Democracia. Aplausos, de pé!

Os Azevedos

Claro que não poderia deixar de destacá-los, até porque um Azevedo assinou a certidão de nascimento da cidade, um Azevedo  foi vice-prefeito em duas legislaturas distintas e era pai do Azevedo mandatário quando se tornou centenária. Claro, temos que citar os verdureiros Cleitinho Azevedo que se tornou vereador, deputado estadual e atualmente é senador da República; seu irmão Eduardo Azevedo  que se tornou também vereador e hoje ocupa uma cadeira no legislativo estadual e o atual prefeito e pré-candidato Gleidson Azevedo. 

Resumindo

Embora tenha problemas que não são poucos, com algumas situações verdadeiramente caóticas,  Divinópolis ainda é uma das 100 melhores cidades do país para se realizar e se esta colunista que não é da terra tivesse que escolher  novamente uma cidade para viver, certamente seria esta. Apesar de tudo, parabéns, “Princesinha do Oeste”! Parabéns a todos aqueles que aqui chegaram e decidiram fazer a diferença e escrever uma nova história! 

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