Mas, só fora da Câmara. Dentro do Legislativo, um marasmo total. A não ser quando tem algum evento, como a entrega da homenagem aos jornalistas ontem à noite. Aí vai parentes, amigos, cachorro, gato… Assim, o Plenário fica movimentado, fora disso, o interesse da população, para não falar 0%, fica na casa do 0,1%. Nos corredores e outros bastidores, o assunto e as ações, giram em torno do dia 6 de outubro. Não causa estranhamento, visto que essa corrida começou há pelo menos um ano. Os interesses do povo são tratados de forma superficial ou ficam para depois. Mas, fazer o quê, se ele próprio não enxerga isso.
E por falar nela
Quando o assunto é o eleitor não deixar de votar, são tantas facilidades, que algumas até surpreendem. A da vez é a gratuidade do transporte no dia da votação, aprovado ontem em 1º turno na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 2/23, prevê que o eleitor não pague um centavo no transporte público coletivo intermunicipal de passageiros, nas regiões metropolitanas do Estado. Já havia o benefício na verdade, o que muda é que gratuidade será incluída na Constituição do Estado para dar maior objetividade ao comando constitucional. Agora, o projeto retorna para a mesma comissão para análise de 2º turno, antes da votação definitiva pelo Plenário. E vai passar com a mesma facilidade. Ninguém é bobo de se indispor com o eleitor.
Volta e impasse
Enquanto os professores da rede estadual e profissionais da segurança pública ameaçam parar, por não concordarem com o reajuste oferecido pelo governador Romeu Zema (Novo), parte dos educadores das universidades federais começa a voltar às suas atividades. Uma delas é a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que, após quase dois meses, encerrou a greve na tarde desta quarta-feira. A decisão ocorreu após o resultado da assembleia favorecer o fim da paralisação. Foram 201 votos a favor contra 179 contrários. Os alunos agradecem, pois são os mais prejudicados. Mas, ainda é cedo para celebrar. No Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), por exemplo, a situação segue a mesma. A unidade de ensino em Divinópolis realiza, na próxima segunda-feira, um café e uma roda de conversa para uma apresentação com mais detalhes dos aspectos fundamentais, conforme os organizadores, para que se compreendam as razões da greve dos técnicos administrativos e docentes. Vão apresentar também os caminhos traçados para a solução do impasse entre o governo federal e trabalhadores da educação pública federal. A torcida continua para que haja um acordo em breve, pois é por situações como esta, de total desvalorização à educação, é que o Brasil chegou aonde está. E o mais triste é constatar que a tendência é só piorar.
Armas para advogados
A morte de dois advogados em Minas Gerais no último mês causou revolta entre a classe e pode levar a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) a tomar medidas extremas. Uma reunião hoje em Montes Claros, Norte do Estado, com a participação de dirigentes das 251 subseções, prevê uma votação interna sobre a liberação do porte de armas para advogados. Depois dos crimes brutais no Estado e uma no Rio Grande do Norte, no início deste ano, o debate sobre a necessidade de autodefesa dos profissionais ganhou força em todo o país e a OAB mineira puxa o debate. Para o presidente da OAB-MG, Sérgio Leonardo, a instituição precisa se posicionar sobre o Projeto de Lei nº 227/2024 que tramita na Câmara dos Deputados e prevê o direito ao porte de armas à advocacia, como já ocorre no Ministério Público e na magistratura. Do jeito que a coisa anda, se defender é necessário. No entanto, não é tão simples assim. Para não gerar mais violência, todo critério e cuidado é pouco.
