Da Redação
O relatório final da sindicância aberta pela Prefeitura de Divinópolis sobre a morte de Thallya Beatriz, de 4 anos, será divulgado na segunda-feira, 17. A investigação apura se houve erro médico. A criança morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto, no dia 26 de abril.
Caso
Na época, a Secretaria de Saúde (Semusa) informou que a criança deu entrada na unidade com “quadro convulsivo e febril” e não resistiu.
— (…) a criança foi atendida na unidade de pediatria 15 minutos após sua chegada na unidade. Durante o atendimento, a criança foi encaminhada para o setor de emergência, tendo sido assistida pelos pediatras da unidade e por outros profissionais médicos que também colaboraram no atendimento — ressaltou, em nota publicada após o ocorrido.
Ainda de acordo com a gestora da unidade, o Instituto Brasileiro de Políticas Públicas (Ibrapp), Thallya já havia sido atendida na UPA, oportunidade em que realizou exames, com resultados dentro do esperado.
Uma semana depois de perder a filha, Juliana da Silva ocupou a tribuna da Câmara para cobrar esclarecimentos.
— Eu disse a ela que minha filha estava sentindo muita dor. A médica disse que se ela estivesse sentindo dor estaria chorando — relatou.
O caso também foi comentado pela diretora-técnica da UPA, Ludmilla Pizzigatti, em coletiva da Prefeitura sobre medidas para conter o caos na Saúde. Na oportunidade, ela disse que aguardava a avaliação da sindicância.
— Porém, na minha opinião como diretora, não houve falhas. O atendimento foi rápido, oportuno, mas o desfecho não foi o que a gente gostaria que acontecesse — comentou.
Segundo Ludmilla, a menina foi atendida numa quarta-feira, diagnosticada com uma doença respiratória indeterminada.
— Foi orientada pela médica e prescrita com antibiótico. Avisamos a família para retornar em caso de agravamento e assim foi feito na sexta. Ela chegou com sinais de gravidade e acabou culminando com uma parada cardiorrespiratória, que foi irreversível — explicou.
Concluída
A Semusa divulgou, nesta semana, o resultado da sindicância instaurada para investigar a morte de Tatielle Scarlat Ferreira, de 28 anos, mãe de três filhos. A paciente procurou a UPA pela primeira vez no dia 16 de maio, com diarreia, vômito e dor generalizada. No dia 18, voltou à unidade com problemas respiratórios, sendo medicada, orientada e liberada. No mesmo dia, durante à noite, retornou à UPA com o quadro de saúde agravado, sendo entubada e transferida para a Sala Vermelha do Complexo de Saúde São João de Deus.
— (…) a análise técnica indicou a não existência de relação causal entre as condutas médicas e o desfecho fatídico do caso — definiu a sindicância.
A comissão, no entanto, recomendou o encaminhamento do caso ao Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, pedido acatado pela secretaria.
— Diferente do que popularmente se pressupõe, é bastante complexo caracterizar inequivocamente o erro médico, uma vez que nem todo desfecho desfavorável de um caso configura-se necessariamente como erro médico — informou, em nota, a Prefeitura.
Segundo a atual administração, “nem toda conduta está fundamentada em padrões técnicos absolutos”.
— Análises feitas isoladamente por profissionais médicos podem trazer opiniões divergentes sobre a conduta ideal em determinada situação, pois estas podem conter critérios subjetivos que não necessariamente externam unanimidade ou a opinião majoritária — ressalta.
Ao fim, reforçou o caráter técnico e imparcial da sindicância.