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Preço da cesta básica tem alta de 0,25% em maio

Arroz, batata e leite são itens que mais contribuíram para o aumento

by JORNAL AGORA
Foto: Jorge Guimarães - A batata foi a que teve a maior alta de preço no mês de maio 

Jorge Guimarães

A alta no preço da cesta básica tem preocupado os consumidores. Em Divinópolis, o custo médio, em maio, foi de R$ 611,72 — valor 0,25% maior em relação ao mês anterior, quando estava em R$ 610,22. A informação é do Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico-Sociais (Nepes), da Faculdade Una Divinópolis. 

Composta por alimentos e produtos essenciais, a cesta é um indicador fundamental do custo de vida para a população. 

Preços

A pesquisa captou elevação no preço médio do quilo da batata (30,21%). O aumento é consequência da baixa oferta nacional. A safra das águas está próxima de se encerrar e a das secas ainda é pequena. 

Outra alta observada foi no preço médio do litro de leite (13,01%), em função da oferta no campo menor devido à entressafra.

— Por fim, outro destaque de alta foi no preço médio do arroz (9,59%). Como o Rio Grande do Sul é o estado brasileiro com maior produção de arroz, as enchentes reduziram a oferta — explicou o coordenador do Nepes, professor Wagner Almeida.

Por outro lado, entre abril e maio, houve redução no preço médio do quilo da banana (-29,29%), feijão (-2,85%) e tomate (-2,50%).

Pesquisa

A pesquisa foi realizada entre os dias 22 e 27 de maio, com o levantamento de preços em sete supermercados de Divinópolis, os quais possuem em sua estrutura açougue, padaria e hortifruti. A chamada Cesta Básica de Alimentos, composta por 13 produtos alimentícios, seria suficiente para o sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta, durante um mês, contendo quantidades balanceadas de todos os nutrientes necessários à manutenção da saúde. 

Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5%, referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em média, 46,8% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos.

Orçamento 

O aumento tem um impacto direto no orçamento familiar. Para a maioria das famílias, alimentos e produtos de higiene e limpeza representam uma parcela significativa das despesas mensais. Quando esses preços sobem, as famílias precisam reorganizar suas finanças para acomodar os gastos extras. Isso pode levar à redução de despesas em outras áreas, como lazer, educação e saúde.

— Muitas vezes, as famílias de baixa renda são as mais afetadas, pois uma grande parte de sua renda já é destinada à compra de itens essenciais. Com a alta dos preços, essas famílias podem se ver forçadas a optar por produtos de qualidade inferior ou a reduzir a quantidade de alimentos comprados, o que pode comprometer a nutrição e a saúde de seus membros — avalia o economista, Lazaro Ribeiro.

Mudança de hábitos

A alta dos preços também força os consumidores a mudarem seus hábitos de compra. Itens que antes eram considerados parte do consumo regular podem se tornar artigos de luxo. Por exemplo, cortes de carne de melhor qualidade podem ser substituídos por outros mais baratos, e produtos frescos podem dar lugar a opções enlatadas ou congeladas, que geralmente são mais acessíveis.

— Além disso, os consumidores podem optar por marcas menos conhecidas ou até mesmo abandonar completamente certos produtos. Essa mudança de comportamento pode afetar a diversidade alimentar e a qualidade das refeições, impactando a saúde e o bem-estar das pessoas, especialmente as crianças e os idosos — pontua o economista.

Impacto na saúde

A alimentação é um fator crucial para a saúde. A alta dos preços da cesta básica pode levar a uma dieta menos diversificada e nutritiva, aumentando o risco de deficiências nutricionais e problemas de saúde.

— A dificuldade de acesso a alimentos frescos e saudáveis pode forçar as famílias a depender mais de alimentos processados e de menor valor nutricional, afetando negativamente a saúde geral da população. Famílias em situação de insegurança alimentar podem sofrer com a disponibilidade de alimentos, o que pode ter efeitos adversos no desenvolvimento infantil, desempenho escolar e estabilidade emocional — alerta Ribeiro.

Repercussões econômicas

Além dos impactos diretos nos consumidores, a alta dos preços pode ter efeitos mais amplos na economia.

— Com o poder de compra reduzido, a demanda por outros bens e serviços diminui, o que pode levar a uma desaceleração econômica. Pequenos negócios e produtores podem ser particularmente afetados se os consumidores começarem a cortar gastos ou a buscar alternativas mais baratas — analisa.

Soluções

A alta da cesta básica é um desafio significativo para os consumidores, impactando suas finanças, hábitos de consumo, saúde e bem-estar.

— É essencial que governos, empresas e a sociedade como um todo trabalhem juntos para encontrar soluções que minimizem esses impactos e garantam que todos tenham acesso a uma alimentação saudável e adequada. Promover políticas públicas eficazes e adotar práticas de consumo consciente são passos importantes para minimizar os efeitos dessa alta e assegurar a segurança alimentar de toda a população — finaliza o economista.

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