Sete a cada dez casos de intoxicação exógena são em mulheres

Foto: Divulgação - Medicamentos são principais agentes tóxicos

Ígor Borges

Entre 2012 e 2023, Divinópolis teve quase mil casos de intoxicação exógena. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), e apontam que sete a cada dez registros são em mulheres. 

De acordo com o Ministério da Saúde, esse tipo de intoxicação ocorre quando alguém fica exposto a substâncias químicas e apresenta sintomas decorrentes deste contato.

A exposição pode ocorrer até mesmo por meio de alimentos e bebidas. Entretanto, os medicamentos são considerados os principais agentes tóxicos.

Intoxicação exógena

O Ministério da Saúde (MS) afirma que intoxicação exógena consiste em todo aquele indivíduo que, tendo sido exposto a substâncias químicas apresente sinais e sintomas clínicos de intoxicação e/ou alterações laboratoriais provavelmente ou possivelmente compatíveis. Entre as substâncias químicas estão:

  • agrotóxicos;
  • medicamentos;
  • produtos de uso doméstico;
  • cosméticos e higiene pessoal;
  • produtos químicos de uso industrial;
  • drogas;
  • plantas;
  • alimentos e bebidas.

Dentro deste contexto, existem ainda definições específicas, como a intoxicação exógena por drogas de abuso, como exemplo a definição das Organizações das Nações Unidas para intoxicação por drogas de abuso.

— Intoxicação é uma condição seguida da administração de substâncias psicoativas e resultante em distúrbios no nível de consciência, cognição, percepção, julgamento, afeto ou comportamento, ou outra resposta ou função psicofisiológica — relatou,

A organização completa dizendo que os distúrbios são relatados aos efeitos farmacológicos e respostas à substâncias e os efeitos desaparecem com o decorrer do tempo, até a recuperação completa, exceto quando há lesões teciduais ou outras complicações.

Casos

Em Divinópolis, de acordo com os painéis temáticos da Semusa, foram 978 casos entre 2012 e 2023. Destes registros, 249 pacientes foram internados. Além disso, 15 mortes foram registradas.

Durante o período, 2019 e 2023 foram os anos com mais registros, com 121 e 120 casos respectivamente. O ano de 2021 teve 28 casos de intoxicação.

7 a cada 10 casos em mulheres

Ainda de acordo com as estatísticas divulgadas pela Semusa, 69,84% dos casos foram registrados em mulheres. Em números, 683 intoxicações foram em pacientes do sexo feminino e 295 em homens, ou seja, 7 a cada 10 intoxicados são mulheres.

Outro dado é que a faixa etária com maior índice de casos é de 20 a 39 anos, 462 registros. O município teve ainda 93 intoxicações em adolescentes de 12 a 17 anos do sexo feminino.

Agentes tóxicos

Os agentes que mais causam intoxicações em Divinópolis são os medicamentos, responsáveis por 735 registros desde 2012. Saiba outros agentes tóxicos: 

  • Raticida (75 registros);
  • Uso domiciliar (28 registros);
  • Químico/industrial (15 registros);
  • Produtos veterinários (13 registros);
  • Drogas de abuso (11 registros);
  • Agrotóxicos (10 registros).

Os dados ainda apontam que 820 destas intoxicações ocorreram em tentativas de suicídio. Além disso, 75 foram acidentais, 23 abusos, 17 automedicações, 14 uso habitual e 7 usos terapêuticos.

Bairros

O Centro lidera como o bairro que mais teve casos de intoxicação, com 74 registros. São José, Niterói e Catalão, com 43, 41 e 29 casos, respectivamente. 

Apenas um caso ocorreu na zona rural neste período.

Tratamento

De forma geral, conforme afirma a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, o tratamento de intoxicação exógena segue o procedimento de afastamento do paciente ao agente intoxicante, observação clínica para verificar a involução ou não dos sintomas e terapia de suporte. 

— Para intoxicações por ingestão, acrescenta-se a lavagem gástrica, somente realizada em até uma hora após a ingestão, e a administração de carvão ativado — acrescentou.

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